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Published: November 13th 2007
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Praia do Cachorro
A praia "urbana", preferida dos noronhenses.
Nosso primeiro banho de mar em Noronha. Nada mal!!! O arquipélago de Fernando de Noronha està a quatro graus abaixo da linha do Equador. Formado pelo topo das montanhas de uma cordilheira de origem vulcânica, com base a cerca de 4.000 metros de profundidade: a Dorsa Mediana do Atlântico. Sao 21 ilhas, rochedos e ilhotas com um total aproximado de 26 km², tendo a ilha principal a extensão de 17 km². Antes de chegar a Fernando de Noronha jà tinha visto tantas fotos e ouvido tantos relatos que pensava nao haveria surpresas… Imagina!?!?! Noronha me deixou de boca aberta a cada momento, da chegada à partida (bem, neste caso foi pra chorar mesmo)!!! Digo mais: Noronha mudou meu jeito de ver o mundo!!!
Em Noronha tudo muda de uma hora para outra, a paisagem, as cores, o brilho… é a maré que faz o serviço. Indescritivel!
Experiencias e sensaçoes incriveis: cobrir os olhos com os azuis das suas àguas transparentes, mergulhar com tubaroes, tartarugas e arraias; ver bem de pertinho a festa de centenas de golfinhos; os mergulhoes dando shows coreogràficos no fim da tarde, presenciar o por-do-sol hipnotizante daquele lugar, viajar entre as ruinas das vilas; assistir as palestras do Ibama e se sentir um “pesquisador”
no dia seguinte; conhecer animais estranhos durantes as longas caminhadas pelas trilhas; brincar com as Mabuyas…
Ahhh as mabuyas criam um capitulo a parte. Que figuras espertinhas! Logo na chegada encontramos uma na sala do nosso bangalo. Ainda nao tinha sido apresentada:
- “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!”
Ela correu que nao è boba!!!!
Mabuya é uma grande lagartixa, de pele lisa, escura e pintadinha. A espécie só existe por lá. A presença humana as acostumou mal: seguem os turistas. Na Baia do Sancho se concentram embaixo da arvore onde deixamos as mochilas cheias de biscoitos e frutas para aguentar as trilhas. Deixe a mochila aberta e espere!!! Dizem que muita gente chegou em casa com uma mabuya na mala.
Olhando para toda aquela maravilha é dificil imaginar que Fernando de Noronha passou por “poucas e boas” durante os seus longos 500 anos. Foi explorada, maltratada, usada, ocupada, abandonada, doada, arrendada, cortada (os portugueses acabaram com a flora original para nao criar esconderijos para os prisioneiros).
Cronologia historica: http://www.noronha.pe.gov.br/ctudo-hist-historico-periodos.asp
Dois exemplos das recentes besteiras que fizeram ali passeiam livremente, na sua cara, te dao aquela olhada de lado, levantam o rabo e continuam seus caminhos:
Um deles è o “mocó” (Kerodon
rupestris) - um roedor esquisito trazido pelos norte-americanos nos anos 60 para terem o que caçar nos momentos de òcio. O mocò roe as raizes das arvores até derruba-las, expondo o solo à erosao.
O outro, mais assustador, è o “teju” (Tupinambis teguxim) - um lagartao mal-encarado introduzido na Ilha nos anos 50 para tentar controlar uma infestação dos ratos trazidos pelas naves européias. A idéia não funcionou porque os ratos são de hàbitos noturnos e o teju diurnos, assim nunca se encontraram. Dããããh!!! Sem contar que ratos nao fazem parte do cardapio do escamoso. O bichao começou a comer os ovos de aves que fazem seus ninhos no chao, mas que para se defenderem, em Noronha aprenderam a faze-los no alto das àrvores.
Mais uma vez fizemos tudo sozinhos, de onibus, a pé, de carona (se voce nao pede eles te oferecem)... nada de agencia! Contratamos somente o “Ilhatur” com uma Land Rover e 2 guias, passeio obrigatòrio para conhecer a Ilha todinha logo no primeiro dia. Alugue o “kit snorkeling”, leve pra pousada e nos outros dias volte onde mais gostou.
Em Noronha é importante também o seu ponto de referencia. Nos hospedamos na Vila dos
Remédios, perto da ala mais importante da Ilha, na melhor (mas nao a mais cara) pousada de là: “Pousada do Vale”, localizada num bosque tombado pela UNESCO. Simplesmente perfeita: chique sem frescura e todo o conforto possivel, cujo pessoal nos ajudou a escolher os melhores restaurantes (complicado comer là) e nos deram as melhores dicas sobre tudo. Super recomendada!
Voce pode nao perceber, mas tudo é muito controlado pela Policia Ambiental. Catar conchinha é crime! Para nao pagar mico**, antes de sair para os passeios, pergunte, quando chegar nos lugares, pergunte... pergunte tudo: onde tem pedra, onde é melhor nao ir sozinho, onde é bom de mergulhar, por onde passar, o que nao pode fazer...
A Praia do Atalaia é um “centro de pesquisas” e somente 100 pessoas por dia podem visitar em grupos guiados de 20. Numa piscina natural que se forma em funçao das marés, voce pode mergulhar e ver uma rara vida marinha naqueles poucos metros de agua.
E’ o Ibama que “abre” a praia e controla as visitas.
Ali é proibido o uso de filtro solar (os fiscais sentem o cheiro na sua pele).
Nòs chegamos 1 hora e meia antes da abertura. Paramos
"Cabeça de nego"
Assim chamavam os portugueses esse tipo de pavimentaçao da Vila dos Remédios. Pedras vulcanicas. na fila da estradinha em frente à Praia do Sueste.
Putz!!! Eu queria esperar na praia, mas ia torrar!!! **
Jurei para o nosso guia que passaria o filtro, mas depois me lavaria até com areia, tipo peeling!!! Ele riu, me fez jurar e me deu uma canja.
Mas bastou uma passada nos braços e la’ estava o fiscal do IBAMA atras de mim com caneta e uma pranchetinha na mao.
- “Glup!!!”
Olhei em torno... o guia sumiu!!! Desgraçado era meu cumplice!!!
Expliquei a situaçao super sem graça e ele me fez jurar a lavada de novo. Fui pra Praia do Sueste e ele colou “discretamente” em mim.
Quando o guia nos chamou para entrar no jipe, corri pra me lavar no mar e ele ficou ali na areia, "controlandinho". Na volta, disfarçando, me fez aquele "scanning olfativo" e me mandou voltar pra tirar o filtro do pescoço.
Meeeeeu, o cara é treinado que nem cachorro de aeroporto!!!
Parabéns ao trabalho do IBAMA em todos os sentidos!!!
Bem, acho que me enpolguei no download das fotos. Espero que gostem!
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Rita
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Lindas fotos Kel
Mas confessa o que vc toma mulher. Parece uma menininha! Parabéns pelo blog. Beijo grande.