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August 27th 2005
Published: September 23rd 2005
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Dark CanyonDark CanyonDark Canyon

Um pequeno ribeiro corria entre as paredes estreitas do Canyon, que não deixava penetrar a luz do Sol... pelo menos por enquanto.
07h00 - Começava o dia, mais cedo que o habitual. Era preciso pôrmo-nos ao caminho, porque a aventura deste dia adivinhava-se longa. Arrumámos as coisas, pela milionésima vez, enrolando e tentando compactar mais o volume ocupado pelo saco-cama e pelo colchão insuflável. Por fim, fomos tomar o pequno almoço, o qual continha as coisas habituais, com o acréscimo de bolo de chocolate (que tinha sobrado do dia anterior) e de alguma fruta variada.
Preperámos também as sandes para o nosso almoço, que iríamos levar na mochila, juntamente com uma maçã e algumas bolachas.
Entretanto, toca o telefone satélite do Dave... más notícias! Uma rapariga da equipa das motos tinha partido o pé. "Quem?" - perguntei eu, já receando que fosse a Isabel. E tinha sido mesmo 😞 Mas ninguém sabia como tinha acontecido ou se havia mais algum ferimento. Apenas adiantaram que, como os Scorpions iam fazer a nossa caminhada em sentido inverso, ela esperaria por nós junto aos Jeeps, no final do percurso, dado que não estava em condições para caminhar.

08h30 - O barco levou-nos até à margem esquerda, à entrada do Dark Canyon. O nome sugestivo provinha do facto do leito estreito do rio estar enfiado entre
Dark CanyonDark CanyonDark Canyon

Aqui, ao pé da catarata, estou eu a pedir boleia... o problema é que não há muito trânsito por aqui.
duas paredes enormes, o que fazia sombra e tornava o canyon bastante escuro. No entanto, apesar do aspecto sombrio daquele canyon, o local tornava-se bastante agradável e de uma beleza sui generis, dada as esculturas provocadas pela erosão da água.
As pedras do ribeiro tornavam a caminhada mais lenta, já que tinhamos de evitar alguns caminhos. Aqui e ali, surgiam pequenas quedas de água, onde aproveitávamos para tirar fotografias e descansar um bocado.

11h00 - Chegámos então a um local, onde obrigatoriamente tinhamos de atravessar pela água, que nos dava pelo peito. Era uma espécie de piscina natural, que tinha ao fundo uma grande catarata. Ao lado direito da catarata estava uma corda grossa, com vários nós ao longo dela, o que fazia prever que era por ali que teríamos de subir, para passar para o outro lado.

Pegámos nas mochilas acima da nossa cabeça, para não as molhar e seguimos. Mas a partir de um certo ponto era impossível continuar e tinhamos de passar as mochilas por um pequeno caminho talhado na rocha.
Depois de passado o primeiro obstáculo, ficámos na parte de cima, que também tinha uma espécie de piscina, a nadar e a mergulhar.
Também
Sessão fotográficaSessão fotográficaSessão fotográfica

Junto à cascata, a Svetlana e o Mike entretiam-se na sessão fotográfica. Um pouco arredados dali, os lagartos estendiam-se ao Sol...
nesta zona havia uma pequena cascata, onde a russa Svetlana decidiu um dar um espectáculo erótico. 😊 Pôs-se deitada, apenas de bikini, nas rochas onde a água corria e o Mike (o fotógrafo) pôs-se a tirar fotografias às poses que ela fazia, tal qual uma modelo da Playboy. Depois aconteceu o inesperado: com a força da água, a parte de cima do bikini desceu um bocado, mas ela pelos vistos não reparou... ou não se importou. Continuou então a olhar para a objectiva e a posar para o clique da máquina. O Mike continuou a fotografar, mas quando ela reparou nos preparos em que estava, ficou toda envergonhada e acabou ali a sessão fotográfica.

12h30 - Estivemos mais um bocado ali naquela zona a refrescar-nos e a preparar-nos para o resto da caminhada, que agora ia ser mais dura, com o Sol a pique. Mudámos o calçado para botas de montanha, que agora já não iríamos passar por água, e começámos a embrenhar-nos nos pequenos arbustos que circundavam as margens do pequeno ribeiro.
A certa altura, ouvimos alguém a gritar ao longe... eram os Scorpions (a malta das motas) que vinha a pé e se ia cruzar connosco. Foi
Dark Canyon às escadasDark Canyon às escadasDark Canyon às escadas

Havia zonas, como esta, de uma incrível beleza, resultante da erosão causada pela água...
mesmo bom reencontrar o pessoal da outra equipa e que já não via há alguns dias... e como eu disse ao João, estava mesmo com saudades de falar português com alguém. Contou-me então do acidente da Isabel, que afinal não tinha sido na mota, mas sim no barco que carregou os sacos, logo no primeiro dia. Mas como tinha sido num dedo do pé, acabou por não ter problemas a andar de mota.
Estivemos depois a almoçar a nossa sandes e a conversar sobre o que tinhamos feito nos últimos dias.
Quando nos despedimos, eles só nos avisaram que íamos ter um penoso caminho a percorrer: uma encosta íngreme cheia de rochas, sob um Sol escaldante. É que eles tinham feito o caminho inverso e já tinha custado bastante... e nem queriam imaginar que alguém fosse escalar aquela encosta, com uma mochila pesadona às costas.

13h30 - Mas nós não desistimos!! E depois do nosso grito de guerra habitual, começámos o ataque à encosta. Devo dizer que foi a prova mais difícil de toda a aventura. Não foi só o Sol escaldante, nem o caminho tortuoso, nem mesmo a mochila pesada nas costas. Foi o facto de escalar uma
Dark CanyonDark CanyonDark Canyon

A caminhada longa entre os canyons tornava-se agradável pela excelente paisagem!!
colina altíssima, depois de já ter caminhado um dia inteiro através do Dark Canyon. O Dave recomendava que fossemos num ritmo lento e certo, para que o nosso batimento cardíaco não ultrapassasse níveis perigosos, já que iríamos precisar de 2 horas e tal para subirmos a encosta toda.
Parecia que nunca mais atingiamos o topo e íamos todos bastante calados e concentrados. Na frente vinha o Dave, que entretanto se deixou ficar para trás para ajudar a russa. A seguir o Dave, vinha eu e o russo Artum, acompanhados pela Sara e pela Pia (que também começou a fraquejar e a ficar para trás). O fotógrafo já tinha ido na frente, para tirar umas fotos de nós a escalarmos e a suarmos que nem cavalos!!
A meio da colina até apetecia desistir, tal era a distância longínqua que tinhamos ainda de percorrer. Mas fomos subindo e escalando os enormes pedregulhos, que agora eram cada vez mais frequentes.


16h30 - Por fim, atingimos o topo, onde nos aguardava o Mike, de máquina na mão, pronto a imortalizar aquele feito!! E foi uma sensação espectacular... de repente já ninguém estava cansado e pusémo-nos a gritar e a cantar todos juntos. Tinha sido uma prova duríssima, mas tinhamo-nos portado à altura. Ficámos durante um bocado à sombra de uma pequena árvore, a hidratrar-nos e a comer uns snacks, para atacarmos o resto do caminho. O Dave disse-nos que íamos só ter mais uns 20 mins pela frente e por isso, retomámos a caminhada, agora com mais convicção e num ritmo mais acelerado.

17h00 - O caminho agora era bastante mais plano e o facto de sabermos que estávamos quase a chegar, dava-nos mais alento. Mas os 20 mins passaram, os 40 mins também e quando já estava a fazer uma hora de caminho, descompusémos o Dave: "Então não eram 20 mins!!??" Ele pedia desculpa, que pensava ser mais perto, mas de facto não tinha visto bem... enfim, cá para mim, foi um truque para virmos mais depressa. E o corpo é que paga... como é habitual.

18h30 - Após uma hora e meia depois, conseguimos vislumbrar os Jeeps, que lá estavam estacionados à nossa espera. E com eles, a Scorpion Isabel, lesionada no pé. Depois de um bocado à conversa, a beber água e gatorade para repôrmos os liquídos perdidos, aterrámos completamente nos Jeeps. O próximo destino era Lake Powell, um lago enorme e cheio de ramificações, onde iríamos ficar a fazer sky, puxados por barcos potentíssimos (com motores de 150 cv).

19h30 - Chegados à marina, tratámos de descarregar os sacos para os barcos de recreio. Partimos o mais rápido possível para o ponto onde iríamos ficar, já que o céu se estava a encher de nuvens negras e ouvia-se a trovejar ao longe.
Felizmente não apanhámos chuva, que seria desagradável enquanto estivéssemos no barco, e chegámos ao destino cerca de meia-hora depois. Lá já estava malta de outras equipas, que também já não víamos há bastante tempo. Penso que eram os RattleSnakes (cascavéis) e os Falcons (falcões).
Aquelas equipas tinham vindo num autêntico iate, que tinha cozinha, quartos, casa de banho, um andar em cima a servir de varanda e até uma prancha e escorrega tinha, para saltar para a água. Entrámos lá dentro para cumprimentar o pessoal e o ambiente estava animado: música, vários acepipes a serem servidos e um cheirinho ao jantar que estava a ser preparado.

20h30 - A noite começava a cair e era necessário montar as tendas. Sim , porque embora houvesse malta que ia dormir no iate (que era quase como uma verdadeira casa), nós íamos continuar a viver a aventura pura e dura. 😊
Depois de montadas as tendas chamaram-nos para o jantar: uma carne com legumes, acompanhada de arroz branco, tudo feito a meias entre as meninas da Rússia e da Alemanha.

22h30 - Depois de jantar, ficámos no barco a conversar. Decidimos então ir para o andar de cima e ali se iniciou uma longa sessão de anedotas, onde quem contribuiu mais fui eu e o Israelita Maor (que também era um grande especialista nesta arte).
Depois, fui jogar à sueca com o espanhol Antonio, o filipino Jhon e o alemão Philip. Fiquei a saber que a sueca é um jogo bastante conhecido internacionalmente, com algumas variantes. Em Espanha chama-se "tute" e a bisca é o duque, enquanto que na Alemanha é o terno. O Filipino é que nunca tinha jogado e ficou como meu parceiro...

00h00 - Ficámos ali a jogar mais um bocado até decidirmos que era hora de nos deitarmos. O dia tinha sido bastante puxado e amanhã queríamos estar frescos para ir fazer sky para o meio do lago.

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