3º dia


Advertisement
United States' flag
North America » United States » Utah » Moab
August 21st 2005
Published: September 11th 2005
Edit Blog Post

Total Distance: 0 miles / 0 kmMouse: 0,0


Paisagem a perder de vistaPaisagem a perder de vistaPaisagem a perder de vista

Com paisagens destas, como é que queriam que eu não me tivesse espetado?
07h13 - A luz da manhã começou a acordar-me e talvez por não me sentir muito confortável deitado, levantei-me e comecei a vestir-me. A perna, agora arrefecida, doía-me um bocado e o Doc. Mike (um tipo excelente) trouxe-me mais uns comprimidos para aliviar a dor e aguentar o dia radical.

08h00 - O pequeno-almoço começava a ser feito: ovos mexidos, bacon e hashbrowns. Quam deitou mãos à obra foi a Israelita (a Rotem) e eu dei-lhe uma ajuda, após o que seguiram vários outros elementos. Foi um pequeno almoço animado em que estive na galhofa, em português, com o Álvaro (o espanhol). Exactamente.. o Álvaro tinha estado em Aveiro durante um ano a fazer ERASMUS e entendia bem o português e sabia também algumas coisas (sim, essas palavras todas também...)

09h00 - Depois de tudo limpo (tendas e sacos arrumados no jeep), partimos para mais um dia de moto4... mas eu tive de seguir no jeep, já que tinha sido impossivel arranjar outra moto4 para mim. Disseram-me que só se houvesse alguém que se disponibilizasse para trocar comigo (e ir no jeep), é que eu poderia conduzir uma moto4.

Mas não foi mau de todo.. pude ir a
Paragem para almoçoParagem para almoçoParagem para almoço

Aproveitámos a sombra para fazer uma pausa para almoço, que os estômagos já roncavam!!
conduzir à vontade e fazer um rallie todo-o-terreno, não sem antes me recomendarem: "desta vez, não destruas o jeep". Mas já que não podia divertir-me na moto4, queria tirar diversão do jeep. O problema é que eu ia com o camera-man no jeep e ele queria filmar de vez em quando as motos4 de perto e aí eu tinha de ir mais devagar... Mas foi baril e quase me esqueci das dores na perna.

Passámos por sítios espectaculares, com uma paisagem de perder de vista!! Viam-se canyons ao longe e por vezes umas planícies tão longas que não se lhe via o fim. Tudo com uma vegetação rasteira, de pequenos arbustos e árvores aqui e ali, que davam uma envolvência de aventura e verdadeiro western à nossa viagem. É impossível descrever a beleza daqueles sítios: completamente desertos, quase que inexplorados, e um silêncio calmo digno de uma pintura de Rembrant.

11h30 - Tivemos alguns percalços com falta de gasolina nalgumas motos, mas tudo foi resolvido. Entretanto, houve alguém que se lembrou (talvez através do doc. Mike) que eu tinha tomado uns comprimidos de manhã que poderiam alterar os meus reflexos. Vai daí tive de seguir o resto do
Paisagem a perder de vista 2Paisagem a perder de vista 2Paisagem a perder de vista 2

Do alto de alguns penhascos, a vista é espectacular. Ainda bem que não me espetei aqui neste sítio.
caminho à pendura... pelo menos até à hora de almoço tinha de deixar passar o efeito. Fiquei mesmo chateado, já que não sentia qualquer diferença em mim, nem sequer uma ponta de sonolência.

12h30 - Parámos para almoçar. O Sol estava uma brasa e o local escolhido para o almoço veio mesmo a calhar, já que havia uma grande sombra que dava para toda a gente. E assim, enfiaram-se mais umas sandes, com todo o tipo de ingredientes. Mais umas barras energéticas para o caminho e muita, muita água!!

Entretanto, o Paulo, que já me tinha dito que não tinha problema em fazê-lo, concordou em trocar a moto4 "dele" pelo "meu" jeep. Não sem antes me recomendar: "agora, vê lá se não te espetas com a minha moto". Mas foi realmente um acto de puro altruísmo, exceptuando aquela frase, que bem podia ser evitada. 😊

14h15 - Recomeçámos a andar. Sentia-me bem em cima da moto e a perna quase não me doía. A estrada em que andávamos era larga e dava para fazer umas acrobacias jeitosas, pelo que pude tirar a barriga de miséria. No entanto, andava mais devagar, não fosse o diabo tecê-las. 😊
Acampamento nas montanhasAcampamento nas montanhasAcampamento nas montanhas

Rodeados pelas árvores e pelos cavalos no 1º acampamento conjunto.

Começou a chuviscar e, embora soubesse bem para refrescar, era um pouco incomodativo, dado que o capacete começava a ficar molhado. Pelo menos assim não se comia tanto pó...

15h30 - Parámos as motas e fomos ver as famosas pegadas de dinossauro. Mais adiante, tinhamos um grande penhasco com uma vista sufocante. Era um daqueles sítios que dá perfeitamente para fazer para-pente, com uma ravina tão ingreme e uma altura descomunal. Lá em baixo, uma planície imensa que não se lhe via o fim e no meio, uma espécie de rancho ou quinta. Enfim, uma paisagem a pedir claramente uma fotografia. Era nestas alturas que eu chateava o João ou o Paulo para que me tirassem uma foto com a máquina deles, já que a minha continuava sem sinal de vida... água no carburador (talvez o mesmo problema da moto4) 😊

16h30 - Depois de andarmos mais um bocado de um lado para o outro e a repetir algumas das curvas, para que os câmeras filmassem um bocado, acabámos por chegar ao acampamento na montanha. Depois de despidos os fatos de protecção, entrámos no local do acampamento: uma cerca de madeira fazia prever que era ali que iriam
Country musicCountry musicCountry music

À volta da fogueira, whisky e música com fartura.
ficar os cavalos. Mais acima, ao fundo, estava montada uma autêntica cozinha e aqui e ali uns fardos de palha que faziam a vez de sofás. A toda a volta, podiam ver-se várias árvores altas e frondosas, a contrastar com a paisagem que tínhamos visto durante todo o dia.

18h00 - Fomos montar as tendas, mudar de roupa e arrumar a tralha. O banho estava fora de questão: apenas havia um barril com água onde eu pude lavar a cara, que estava preta de tanto pó que tinha apanhado. Agarrámos umas cervejas (havia uma arca enorme cheia delas) e sentámo-nos nos sofás de palha a conversar. A acompanhar haviam umas "chips" de milho para mergulhar em vários molhos. Foi um momento de relax que soube mesmo bem, após um dia de pó, solavancos e velocidade (sem esquecer o rabo e a perna ainda doridos).

19h00 - Entretanto começou a chegar o pessoal dos outros grupos: primeiro os do rafting e depois os dos cavalos. Lá vinha a nossa Isabelinha montada num irrequieto cavalo, tal qual cowgirl experiente. Todos juntos novamente, pusémo-nos a contar as novidades e as peripécias passadas em cada grupo. Mais uma vez, tive de repetir
À volta da fogueiraÀ volta da fogueiraÀ volta da fogueira

A Melissa ensinava como dar goladas no whisky sem lhe sentir o sabor... "só mesmo para aquecer, que a noite está fria" - dizia ela.
diversas vezes a história do acidente. Às vezes, para não ser tão chato, acrescentava mais algumas coisas e criava outras versões mais aliciantes... 😊 Até à hora do jantar foi estar por ali a tentar laçar o "boi", experimentar o chicote e lançar o machado. Enfim, descontracção completa à espera do jantar que já se conseguia cheirar.

20h00 - O jantar estava óptimo e soube mesmo bem... era um ensopado com diversos ingredientes que eu não conseguia identificar, mas que sabiam bem 😊

Enquanto nos distraíamos com a comida e com a conversa, a noite começava a cair e porque nos encontrávamos num ponto bastante alto, o frio sentia-se bastante. Como é de esperar, a fogueira depressa se tornou no centro das atenções, ainda para mais quando um cota dos seus sessenta e poucos anos pega numa guitarra e começa a soltar umas músicas bem tradicionais.

22h00 -Foi uma noite bem mágica: todos à volta da fogueira, com os nossos rostos iluminados pelas labaredas da fogueira a acompanhar o cowboy da música country. Pelo meio, algumas histórias hilariantes (e verídicas, segundo ele) contadas pelo cowboy que nos tinha recebido no hangar, sempre bem disposto e com cara de whisky sorridente. Whisky esse que passava (pelos vistos era tradição), por cada uma das pessoas à volta da fogueira que davam um gole "para aquecer". Bem, alguns não davam apenas um gole... mas era só o sinal que estava mesmo muito frio.

Um das pessoas que me surpreendeu foi a Melissa (a cowgirl), uma rapariga dos seus 25 anos, muito magrinha, mais alta que eu (talvez por causa das botas de montar) e com uma cara de certinha que só visto. Pois bem, as goladas dela davam cerca de três das minhas e ainda conseguia mastigar tabaco e cuspir melhor do que certos cowboys que se vêem nos filmes.

A noite foi bastante longa, com muita música e conversa. No final, eram para aí quase 2 da manhã e só sobravam 3 tugas, 1 russo e 1 filipino (quase que dava para contar uma anedota). Também lá estava o Brandon, da organização, que esteve também na galhofa connosco. Mas era hora de ir prá tenda, que o dia seguinte ia ser bastante puxado: rafting para o nosso grupo. O grupo da Isabel ia para as motos e o terceiro ia andar a cavalo.

Ainda bem que não me tinham calhado os cavalos porque, embora goste bastante, duvido que conseguisse aguentar um dia inteiro com o meu rabo dorido em cima de um cavalo.

Advertisement



8th September 2005

Hugo tou a adorar ler esta vossa aventura!!

Tot: 0.221s; Tpl: 0.013s; cc: 10; qc: 52; dbt: 0.1568s; 1; m:domysql w:travelblog (10.17.0.13); sld: 1; ; mem: 1.1mb