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Published: September 11th 2005
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Colorado River
O rio a serpentear os grandiosos canyons... e o insuflável preparado para os grandes rápidos!! 07h00 - Pequeno almoço a começar a ser servido. "BREAAAAAAKFAST" - gritava o Jasper (que na última noite tinha dado um show de rap que só visto). Levantei-me e lá fui comer à pressa uns ovos mexidos com bacon e umas hashbrowns, com um café bem forte para acordar. Tudo coisas muito saudáveis... 😉 Partíamos por volta das 8 e era preciso arrumar as tendas e os sacos, porque não iríamos voltar a este acampamento.
08h30 - Tudo arrumado. Agora só nos faltava atestar os jeeps de gasolina com os bidons que nos deram para seguirmos viagem. Os 3 tugas reservaram logo um jeep e seguiram juntos, revezando-se ao volante. Foi uma viagem sem peripécias, mas sempre acompanhada por uma paisagem espectacular.
10h00 - Chegados à margem do Rio Colorado onde estavam os barcos de rafting, enfiámos os coletes e os capacetes e deu-se início ao briefing: uma breve revisão às normas de segurança e às dificuldades que poderíamos encontrar.
11h00 - Entrámos nos barcos insufláveis e acomodámo-nos, pegando cada um no seu remo. Ficámos os 3 tugas com a Israelita Rotem e a guia Kelly (que mais parecia a Heidi dos desenhos animados, com as suas duas
Paragem para almoço
Hora de retemperar forças para a adrenalina que ainda aí vem. tranças e a cara cheia de sardas).
E aí fomos rio abaixo!! Apanhámos alguns rápidos bastante técnicos e que necessitavam de manobras precisas e rápidas. Teríamos, portanto de estar atentos às ordens da nossa guia: "All Forward", "Right Back", "Left Forward", etc...
Mas acontecia não ouvirmos patavina do que ela dizia da outra ponta do barco. Passámos uns 3 ou 4 rápidos sem conseguir cumprir as ordens que ela dava, por mais que se esforçasse por gritar numa voz esganiçada e aguda. Até já formulávamos teorias que explicassem o caso, tais como o de sermos praticamente só homens no barco e não
conseguirmos reconhecer tão facilmente a voz aguda de uma mulher.
Só passado mais uns rápidos demos conta do que realmente se passava: na emoção do momento e no meio do rápido, todos nós gritávamos "Ô-Ô" a cada remada, para nos dar força anímica e psicológica. É claro que a gritarmos daquela maneira, só dificilmente ouviamos uma voz fraca e esganiçada a dar pequenos gritinhos ininteligiveis da parte de trás do barco. Escusado será dizer que a partir do momento em que parámos de fazer "Ô-Ô", passámos a ouvir claramente as ordens associadas às manobras. Partimo-nos
Dead Horse Point
Tentem encontrar os cavalos fossilizados nos Canyons... eu ainda consegui ver um. completamente a rir com a situação!!
Coitada da Kelly... o que sofreu nas nossas mãos. 😊 O Paulo também teve a sua quota-parte durante o almoço, quando a embaraçou com uma conversa sobre "spanking" e "tao-tao". Acho que foi por isso que a nossa equipa ficou baptizada como "The Spankys".
12h30 - O almoço foi numa praia pequena, de areia branca, na margem do Rio Colorado, perto de "Dead Horse Point". O Rio serpenteava pelo meio de Canyons enormes: umas paredes altíssimas de cor alaranjada e onde se podiam ver alguns cavalos fossilizados (ou pequenos traços deles). O Sol estava fortíssimo e a água sabia mesmo bem. Talvez por isso, o almoço não tenha sido muito demorado, pois queríamos voltar depressa às águas castanhas e revoltas dos rápidos.
13h15 - Seguiram-se mais alguns rápidos violentos, que originavam ondas enormes que nos faziam quase voar. No intervalo dos rápidos apreciávamos a paisagem e retemperávamos forças para a próxima dose de remadas fortes.
Após o último rápido digno desse nome, a Kelly sugeriu-nos que nos atirássemos borda fora para que fôssemos levados rio abaixo pelos próximos rápidos. Nem hesitámos e lançámo-nos à água, que nos levava rio abaixo
Colorado River 2
Com uma paisagem destas, os rápidos eram apenas um bónus... com uma força incrível... era impossível tentar nadar em sentido contrário. Estivemos cerca de 15 a 20 mins na água e o corpo começava a ficar enregelado, pelo que voltámos ao insuflável e fizémos o resto do caminho amarrados a um barco a motor (onde iam os fotógrafos e os câmeras).
16h30 -Ao todo tinham sido cerca de 8 grandes rápidos, o que nos tinha deixado cheios de água na boca para mais (se calhar também era dos pirolitos que tinhamos engolido, mas... adiante).
Agora descansávamos ao Sol, enquanto cumprimentávamos outras pessoas que passeavam no Rio: um casal num barco, uma família noutro e.... o que é aquilo?? Uma molhada de gente num barco, praticamente todos nus!! Parecia ser malta nova, mas ao longe também não dava para distinguir muito bem. O Paulo ainda tentou tirar uma fotografia com o "zoom" no máximo, mas acho que não apanhou nada de jeito. Os três espanhóis que iam connosco quiseram competir com a malta naturista: espetaram o rabo para fora do barco e baixaram os calções. 😊
Mais à frente encontrámos um Husky autêntico (com os olhos de cor diferente), com o seu colete de salvação, a nadar para alcançar uns pássaros que andavam ali junto ao rio. Cansado que estava, aproximou-se do nosso barco e quando eu próprio o puxei para cima, não ofereceu resistência. A partir daí esteve sempre connosco e, por mais que se sentisse tentado a saltar atrás dos pássaros, acabava sempre por desistir. Sem sabermos quem era o dono do cão, ainda lhe vasculharam o bolso do colete, mas só encontraram uns óculos de sol que lhe serviam mesmo bem nas orelhas... ficava mesmo com ar de turista.
17h30 -Enfim, quando chegámos ao nosso destino e depois de termos ajudado a tirar os insufláveis da água, soubemos através de uma pessoa que lá estava que o cão pertencia ao grupo de naturistas por quem tinhamos passado. Bem, pelos vistos o cão fugiu porque era o único que estava vestido... pelo menos tinha o colete.
Naquele local, tinhamos os jeeps estacionados à nossa espera, pelo que depois de comermos uns snacks nos pusemos a andar, a caminho do próximo acampamento. Desta vez íamos para a margem do "Green River", um rio que corre mais ou menos paralelo ao Colorado.
18h30 -Um pouco antes de chegarmos, parámos num rancho onde estava uma senhora simpatíquissima, dos seus 50 anos, à nossa espera com uma verdadeira American Pie (uma tarte de maçã deliciosa!!). O Sol ainda ia alto (só começava a anoitecer por volta das 20h30) e por isso sentámo-nos na relva a saborear a nossa tarte, sem pressas de chegar ao acampamento. Foi um fim de tarde perfeito!!
19h00 -Chegada ao acampamento... e que grande nível!! Tendas enormes já montadas, ao estilo de um acampamento índio. E chuveiros separados para rapazes e raparigas. Bem, a água era simplesmente drenada do rio para um conjunto de bidons, que eram depois colocados numas traves à altura da cabeça... mas era melhor que nada!! Até deu para fazer a barba, que eu já estava a ficar parecido com o Robinson Crusoe.
20h00 -Depois de me ter arranjado, fui tratar de ir comer, que a tarde no rio tinha-me aberto completamente o apetite. Desta vez tinham mais variedade: umas costeletas, frango assado e mais umas coisas apetitosas que não me lembro. O único problema é que estes americanos têm a mania de pôr molhos doces em tudo quanto é grelhado, o que enjoa um bocado. Mas como a cavalo dado não se olha o dente...
22h00 - Depois de jantar, deram-nos o briefing do dia seguinte: iríamos todos fazer uma caminhada até à margem do Rio Colorado e depois desceríamos o rio a nado, apenas com os coletes salva-vidas.
Ainda estivemos na conversa mais um bocado, mas o cansaço começou a tomar conta de mim e daí a pouco tive mesmo de me arrastar até à tenda. Aliás, aconteceu isso com a maior parte do pessoal, que o dia tinha sido mesmo estafante. Da tenda, ainda consegui ouvir alguma música e som de festa... mas já não me consegui levantar. Amanhã seria outro dia... 😉
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