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Os amigos leitores deste blog continuam perguntando, por que não escrevo um capítulo sobre Roma. Pois é, sempre evitei este fatídico capítulo, porque conheço bem a capital e do jeito que as coisas estão, seria difícil não falar da anti-cultura, da violência, das vergonhas do Palazzo Chigi e seu premier tragicômico-napoleônico, das passeatas contra os gays, da caça aos imigrantes, do hospital dos horrores... Coisas que a poucos interessa, até mesmo por aqui. "Roma é única, linda e fascinante, especialmente com passagem de andada e retorno", diz um amigo meu.
Também não dava pra contar a história da cidade, tão longa que não cabe em capítulo de blog. Poderia recomendar a compra de um bom livro.
Então resolvi emprestar o texto de Eliane Trindade, jornalista da Folha de São Paulo, que representa bem as minhas reflexões de visão turística da cidade. É como falar de Brasília através da genialidade da obra de Oscar Niemeyer. É isso que o turista quer ouvir quando pergunta “como é o Brasil?”, muito compreensível.
Assim, escolhi também as velhas fotos da minha primeira excursão de reconhecimento de território, quando ainda não sabia qual tarantela se tocava aqui.
Uma boa dica que posso dar,
porém, são as visitas à "Roma Sottterranea", uma série de locais interessantíssimos escondidos embaixo da cidade de hoje, que poucos conhecem. Roma foi contruída em cima de Roma, pouca coisa do "Republica e do Império" estao à vista e é através desses locais que se conta a verdadeira historia dos antigos romanos e dos escravos gladiadores. E' possível inclusive visitar a tumba original de Pedro, sim o apostolo de Jesus, com os ossos e tudo, exatamente o ponto onde o vaticano contruiu as suas Basilicas, estas também, uma em cima da outra. Digamos que Roma é uma "cidade cebola", em camadas.
“Roma além dos cartões-postais, de Eliane Trindade: "Come sei bella Roma quando é sera." Os versos de uma antiga canção pop italiana traduzem bem o sentimento dos romanos em relação à própria cidade. A capital italiana é infinitamente mais bonita à noite. Os monumentos e ruínas espalhados por suas sete colinas ganham relevo sob o efeito das luzes amareladas.
A iluminação especial funciona como candelabros a decorar ruelas e avenidas, onde repousam milênios de história. À luz do dia, a cidade continua atraente, mas perde boa parte de seu encanto e romantismo.
Durante o dia, o vaivém frenético Antigos romanos no Colosseo
E' divertido, mas ilegal. Se fizer a foto com eles não pague mais de 5/10 euro... eles nem poderiam fazer esse "trabalho" ali. dos turistas pelos monumentos históricos forma uma espécie de cortina humana. A fontana de Trevi, por exemplo, fica tão apinhada de gente de todos os cantos do mundo, jogando suas indefectíveis moedas, que é difícil até achar um ângulo para fotografar a beleza desta Roma monumental.
Quando o sol se põe, o local ganha magia. É impossível passear por ali e não se recordar da cena memorável em que a atriz sueca Anita Ekberg toma banho na fonte sob o olhar de Marcello Mastroiani em "A Doce Vida", de Federico Fellini. Ao cair da noite, cessa a invasão de grupos monitorados por guias e suas bandeirinhas. Eles cedem lugar a casais de namorados e pequenos grupos de amigos. À medida que a noite avança, a praça vai se esvaziando e permitindo ao visitante mais atento apreciar toda a beleza da fonte dominada pela figura central de Netuno.
A Roma dos imperadores está logo adiante, no esqueleto do Coliseu e do fórum Romano, centro da vida cultural e política na Antigüidade. A Roma dos grandes artistas também se faz notar nas redondezas, por outras belas fontes que ornam praças cultuadas em todo o mundo.
Na piazza Navona, bem
em frente à fontana dei Fiumi, fica o palácio Pamphili, construção barroca do século 17, sede da embaixada brasileira. Luxo dos luxos, a representação diplomática verde-amarela conta com afrescos de Pietro da Cortona e com uma galeria de Borromini.
Esses são, no entanto, roteiros bem explorados pelos guias turísticos.
Existe ainda uma Roma desconhecida que o turista desavisado não vai levar para casa em fotos ou em vídeo. Um bom exemplo dessa cidade escondida é a piazza dei Cavalieri di Malta, na colina do Aventino, na margem esquerda do rio Tibre, não muito distante do centro histórico.
Lá estão os ciprestes, os muros pomposos e um detalhe encantador: pela fechadura de bronze do portão de entrada do mosteiro de número três da Ordem dos Cavaleiros de Malta avista-se, em perspectiva, a basílica de São Pedro, no Vaticano.
Em miniatura, vê-se a cúpula do grande templo do cristianismo, emoldurada por ciprestes. Um detalhe com que um arquiteto engenhoso brindou curiosos do mundo todo. É um pequeno tesouro guardado nos arredores do giardino degli Aranci. Dos jardins, mais adiante, pode-se apreciar a vista completa da basílica.
Do alto do monte Aventino, em uma aprazível área verde repleta de pinheiros e laranjeiras,
outra bela visão, agora em tamanho natural. Embora sem o charme da ilusão de ótica da fechadura, que deixa turistas e romanos boquiabertos.”
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