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Published: October 19th 2005
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Mérida
7h00 a.m. chegámos a Mérida.
A cerca de 1.600 metros de altitude, Santiago dos Cavaleiros de Mérida, o nome completo, é conhecida pela famosa Universidade dos Andes, que dá um ambiente jovem e descontraído a toda a cidade.
É também conhecida como um paraíso para actividades
outdoor.
Rodeada de montanhas, incluíndo o ponto mais alto do país, Pico Bolivar, a 5.007 metros, de parques naturais cheios de vida selvagem e de vilas pitorescas que revelam o verdadeiro povo venezuelano, a cidade está decididamente virada para o turismo. A zona de
Las Heroínas é disso exemplo. Porta sim porta não agências de turismo promovem todo o tipo de actividades. Alpinismo, montanhismo, kayaking, pára-pente, caminhadas e visitas aos parques naturais. Para mencionar só alguns. Um paraíso para os amantes deste tipo de actividades já que aqui se proporcionam condições para principiantes e mais exigentes.
Uma das mais baratas cidades venezuelanas é também uma das mais seguras.
A chegada a Mérida foi, não só tranquila como agradável. Fresca e cheia de gente simpática, senti-me bem. Pousada a 8.000 bolivares, refeições a 4.500 e uma infinidade de opções deixaram-me de sorriso estampado.
Tralha na pousada, banho tomado, passaporte no
bolso e saímos para conhecer.
O cenário é majestoso, por onde quer que caminhe todas as ruas parecem "desaguar" na montanha que é uma constante imagem de fundo que nos dá a noção de grandiosidade. Há sempre para onde olhar. Alguns dos picos têm neve.
A 100 metros da pousada o
ex-libris turístico da cidade. O maior e mais alto teleférico do mundo. Construído em 1958 por uma empresa francesa tem 12.6 Km de extensão desde a estação de Barinitas (1.577 mt) ao topo, Pico Espejo (4.765 mt.) efectuando a subida em 4 fases. La Montaña (2.436 mt), La Aguada (3.452 mt) e Loma Redonda (4.045 mt). (Por estar tão perto resolvi deixar para último a subida ao Pico Espejo. Agora já é tarde porque fecharam o teleférico para manutenção - há quem diga que os funcionários fizeram greve).
Depois de dar uma volta pela cidade não deixo de reparar nas artesanais bancas que alugam telefones e telefonemas. Bancas com telemóveis das 3 redes disponiveis e um fixo, todos presos por uma corrente, vendem chamadas. Estão ao virar de cada esquina. Em igual número estão as frutarias, que dão côr e sede à cidade. Acabei por entrar ainda em
algumas agências de turismo, que literalmente nos assaltam para todo o tipo de tours: los Llanos para vida selvagem, para-pente, relâmpagos do catatumbo, trekking pelos Andes entre muitas outras opções. Os tours possíveis são tentadores, mas não estou interessado em pagar tanto por isso começo a planear uma forma de não perder nada pagando menos de metade.
Como em outros países da América Latina, os meios de publicidade são obras de trabalho. Não há
moppies, 8x3 ou quaisquer outro meio a que estamos habituados. É tudo pintado à mão. Sem dúvida dão uma identidade muito própria à cidade e revelam alguns dons e habilidades.
Outro dos negócios que abunda são os serviços. Tudo se arranja. O sapateiro é mecânico, no restaurante fazem-se arranjos de roupa, o veterinário vende refeições, o talhante aluga quartos a turistas. Nada falta.
Numa visita ao Centro Cultural Tulio Febres Cordero, em que uma jovem artista expunha gigantescas telas de animais coloridos tive a oportunidade de fotografar dois gangs locais que se defrontavam em dançando
brak-dance, uma actividade muito em voga mas totalamente masculina e urbana. As exibições individuais e colectivas para a câmara foram mais que muitas. Tive de desertar quando outro
gang chegou e a situação começou a aquecer.
No centro da cidade, e como em todas as cidades venezuelanas, está a Praça Bolivar. Simon Bolivar foi o libertador de 5 países sul-americanos do jugo espanhol. Vanezuela, onde nasceu, Colômbia, Equador, Perú e Bolivia. Destes, a Venezuela, a Colômbia e o Equador formaram um único estado chamado
Gran Colômbia que não durou mais de 5 anos.
Na praça Bolivar, para além da estátua de Simon, podemos visitar um dos polos da Universidade dos Andes e a Catedral, polémica por ter sido pensada para o século XVII, e a sua construção só se ter iniciado em 1803 e terminado em 1958.
Parque Nacional Sierra de La Culata
Dois dias depois de chegarmos subimos ao Parque Nacional Sierra de La Culata. Com aproximadamente 200.000 ha, o principal atractivo, para além da fauna e flora, é a formação montanhosa constituida pelos páramos: Tambor Campanario, Piedras Blancas, Mucuchíes y Piedra de Escuque, cujas altitudes vão desde os 400 mt. até aos 4.737 mt. O Pico El Águila, a Estação Biológica Páramo de Mifafi, a lagoa de Guaches, a cañada de Las González e o río Capaz são paragens obrigatórias no itinerário de
05. Calle 17
Tanto as ruas como as avenidas são numeradas. Influência Norte Americana? qualquer visitante.
A logística é mínima e está ao alcance de qualquer um que goste de caminhar, suporte o frio e acima de tudo prefira a calma do campo à confusão da cidade.
Como não é necessário visitar tudo num dia optamos por ir à descoberta até que o final do dia nos mandasse de volta a Mérida.
De
por puesto até La Culata para, daí íniciarmos a subida.
Uma das regras por aqui é começar cedo e cedo apercebemo-nos disso.
Um passeio que esperávamos que fosse de 6 horas revelou-se bem mais curto quando a neblina cerrada começou a cair. Ideal para nos perdermos no labiríntico parque. Missão abortada. Razão:
Salimos muy tarde. Não volta a acontecer.
Regressámos a La Culata, e quando um dos vendedores de gorros que ali estava se apercebeu que eu era português e proporcionou-nos uma prova de vinhos de morango e vários licores. Nascido na Venezuela foi uma vez a Portugal, a Olhão, à procura da certidão de óbito do avô. Nunca encontrou rasto de qualquer familiar. Voltou para a Venezuela mas falou orgulhosamente da pátria que os seus antepassados deixaram para trás.
Já que a subida ao parque ficou
condicionada pela neblina resolvemos caminhar até Mérida. Como a neblina esteve para o parque, a chuva esteve para esta caminhada. Regra de 3 simples, e encharcados lá esperamos o
por puesto.
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