Torres del Paine - Las Torres

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É, amigo, último dia de Torres del Paine. Dentro da barraca os últimos a acordar foram nossos pés e joelhos. E nós, que até entao vivemos quase todas as intemperies possiveis, conhecemos a que nos faltava: chuva. Mas, no entanto, chuvinha zona sul. Coisa pouca. Metemos nossas mochilas e partimos feroz, afinal, só o cume interessava.

Como de hábito, as meninas foram na frente desbravando a trilha com seus bastoes mágicos enquanto eu vinha em seguida geralmente 20 min depois, correndo loucamente pelas trilhas elameadas nos pontos de vale, achando que era malandrao. Encontrei com elas na subida final do nosso objetivo. Esse objetivo era um lugar de onde se veria as tais Torres del Paine. No final quase que escalávamos mais do que subíamos, ventava e chovia desgracadamente enquanto eu falava pros ceus: "Aahhhhhhh maluco! Nem vem! Agora nao é hora de inventar de afungentar a gente nao!!" Chegamos la em cima e o fog londrino encobria a ponta das tais Torres, mas o cenário era de um lago escondido lindíssimo.

Muitas vezes enquanto todos se encolhiam dentro de suas roupas, luvas e gorros, eu estava de bermuda, blusa e casaquinho de leve. O segredo era simples e aqui o revelo: o manto sagrado do mais amado do mundo me aquecia por baixo das vestimentas. E foi ele que, la de cima das torres, fiz de bandeira para levar mais uma vez o glorioso rubro negro aos pontos mais altos imaginados. Enquanto isso, quem surgia de tras da Erika tambem era ele, o menino de oito anos. Joao, que veio caminhando com sua etiquetinha vermelha, brindou a alegria de todos os presentes, o que rendeu mais amizades intercontinentais, como é de hábito, libertando a todos do frio e colocando ideias inconsequentes em todas as cabecas. Tanto que, tirando as sensatas Erika e Flavinha, parte do grupo voltou descendo a mesma subida empinada como se fosse campeonato de 100m rasos!

Isto posto, foi voltar no piloto automatico para arrumar as coisas e voltar para Puerto Natales para passar a noite numa cama quentinha e confortavel. Antes, porem, fomos jantar com nossos amigos chilenos de trilha Cristian e Alexis, que retornariam em seguida para sua Punta Arenas. Apesar de achar um pouco esquisito o nome do restaurante que eles nos chamaram para comer - "La Pica de Carlitos" - topamos, afinal de contas somos pessoas de mente aberta e corpo fechado. Quanto a mim, principalmente nas pernas. Dormimos felizes naquela noite apos comer exageradamente e voltar atordoados de La Pica.

Se é que voces me entendem.

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