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Published: January 21st 2009
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Da Praça Martim Moniz subimos no eléctrico 28, por si só uma atração turistica, até o Largo da Graça; pitoresco ângulo lisboeta que abriga uma igreja e mais um mirante de vistas maravilhosas.
Passamos pela igreja de São Vicente de Fora (1582), padroeiro da cidade e visitamos o mosteiro agostiniano, interessados nos azulejos do séc. XVIII.
Um pouco mais abaixo encontramos o Panteon, onde é sepultada a mais famosa cantora de fado, Amália Rodrigues.
Sobre o fado, hoje tenho a dizer que é uma experiência da alma, se você escuta no clima certo, ainda mais se for ao vivo numa das casas da Alfama. Quando entram os músicos, todos param de mastigar, a cozinha fecha, os garçons se escondem, acesas, so’ luzes vermelhas. Aconteceu comigo no Clube de Fado, frequentado por Caetanos, diante um prato de caldo-verde. Me peguei solfejando baixinho com olhos úmidos: “d’ quein iu gouxt’, nein aix paraidex confeeeesso”... Depois disso, me pego futucando no youtube as novas vozes e estilos do fado português: Lina Rodrigues, Dulce Pontes, Mariza... que arrasta multidões aos estádios. Assista isto depois me conta:
TravelBlog Em alternativa ao Panteon, que não é la' grandes coisas pra quem vive perto daquele de
Roma, se pode retornar ao 28 no ponto em frente ao Convento de São Vicente e descer rumo ao Castelo de São Jorge. Salte no Largo das Portas do Sol pra começar a “babar” com o panorama.
Seguindo a linha do bonde encontramos a igrejinha e o mirante de Santa Luzia, de onde o Tejo e os tetos da Alfama completam o visual. Nossos queixos se recusavam a voltar pro lugar! Não foi um sacrifício descansar alí antes de subir para o Castelo... e haja pernas! Os antigos azulejos do pergolado e o painel da igreja, mostram o Castelo e a Praça do Comércio antes dos terremotos.
O Castelo de São Jorge, conserva nos seu museu arqueológico vestígos do séc. VI a.C. Foi edificado no período romano tardio, reconstruído e ampliado no islâmico. Durante as sanguentas Cruzadas os cristãos invadiram a fortaleza muçulmana (1147) e a mantiveram nos contra-ataques décadas depois. Sofreu tremores, usos estranhos e resturações até os anos 90, quando retornou ao aspecto medieval. Hoje reinam tranquilos pavões e gatinhos sonolentos que povoam os seus jardins. Faça a volta toda e verá Lisboa colorida e brilhante a 360º.
O mal-falado bairro da Alfama (dal arabo
al-hamma), é o mais antigo e típico da cidade. As ruas muito estreitas de casas simples é resultado da cultura muçulmana, que julga os espaços públicos menos importantes e considera que o valor da casa não está na sua fachada, mas dentro dela. Passeando por Alfama sentido Catedral da Sé entramos no Pois Caffè, ex-depósito transformado em um local repousante, de duas amigas austríacas decididas a mudar de vida.
Depois do bolo Sacher com chá, não via a hora de voltar pro bondinho 28, mas antes, parada obrigatória no unico exemplo românico em pé em Lisboa: a Catedral da Sé. Tudo bem que eles deram um retoque gótico no claustro depois dos terremotos, né? O que eu mais gostei, porém, foi o presépio de barro de Machado de Castro, com tantos detalhes impressionantes.
De novo no 28, direção Chiado, área comercial de referência de moda e design do antigo e moderno. Perto do antigo café A Brasileira, onde todos se sentam pra uma foto com Fernando Pessoa, encontrei a loja, A Vida Portuguesa, cheia de produtos fabricados e embalados do mesmo modo há séculos! Pra quem gosta (ou precisa) de luvas, deve entrar também na Luvaria Ulisses.
A
propósito, o poeta nasceu alí mesmo no Chiado, Largo de São Carlos, 5, onde o apartamento é marcado com uma placa e uma estatua muito “original”.
Antes de voltar pra casa, decidimos visitar o Oceanário, o maior do mundo... Bem, tirando pinguins engraçados, lontras fofas e um monstruoso peixe-lua, o restante ja' tinhamos visto nos nossos mergulhos pelos mares do Brasil... ick! Está dentro do moderno Parque das Nações (um orgulho lisboeta) longe do centro, mas (ainda bem!), cheio de atrações, como um shopping, cassino, teleférico e muito, muito espaço.
Durante o vôo de retorno, sentíamos os músculos das pernas doerem depois de 4 dias de perambulações. Mas a sensação agradável de mente livre, era aquela descrita nas rimas do poema “Liberdade”, de autoria do protagonista destes capítulos sobre Lisboa:
“Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o que fazer!”
That’s all folks!
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Luzia Cabral
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Emocionante blog e realmente fabuloso momento de Mariza em Belém. Aconteceu em maio doano passado. Ela também canta baladas com um bocadinho da música brasileira, reconheço e adoro. Obrigada por este maravilhoso conto. Luzia