O Primeiro Dia Propriamente Dito (alguém percebeu a aliteração?)


Advertisement
Published: February 5th 2007
Edit Blog Post

Não me lembro direito a que horas acordamos no terceiro dia de viagem - o primeiro em que começaríamos a viagem "de verdade". Talvez tenha ligado para casa, sei que saí para comprar bolachas e água para a viagem (com o Gabriel e o João, não tenho certeza). Tomamos um café no albergue, fizemos uns sanduíches para levar no trem (e dividimos com a galera de Campinas), fomos almoçar o mais cedo possível para chegar o quanto antes no trem da morte, para ninguém roubar os nossos lugares, hehe. Acabamos saindo do albergue de Corumbá meio-dia em ponto, horário para o qual reservamos três táxis. O trem sairia à uma da tarde, mas com a diferença do fuso horário, chegaríamos na Bolívia 11h30 no horário local.

Dito e feito, chegamos no horário previsto. A estação ferroviária era recém inaugurada, simples mas bem limpinha (tem até ar-condicionado no andar da bilheteria. A ferrovia foi privatizada, registre-se). Só não tinha muitas cadeiras para aquele amontoado de gente esperar, então a gente teve que dar um jeito de ficar confortável no chão mesmo. Entre umas partidinhas de truco, uma rodada de poquer interrompida (e nunca mais terminada, mesmo até o final da viagem, uma verdadeira decepção - temos que marcar um dia pra jogar uma rodada inteira poxa!) ficamos sabendo que o trem iria atrasar. Mais papo jogado fora, visitas ao banheiro, uma ligação a cobrar ao Ulhôa Canto (depois de várias tentativas), o trem finalmente chegaria às 15h00. Nada de muito assustador, e longe de merecer o título de "Trem da Morte". Era muito superior às expectativas e tão bom (ou ruim) quanto um ônibus convencional que liga cidades pequenas. Embarcamos às 15h30, tiramos fotos e testamos se os assentos eram reclináveis mesmo. E eram mesmo, particularmente o meu (mas porque estava quebrado, hehe, azar de quem estava atrás, vulgo Ademar).

Enfim, acho que lá pelas quatro da tarde o trem começou a andar. A velocidade era irritante e não iria aumentar, principalmente em razão das várias paradas que faríamos (trinta e duas no total). Em cada parada, milhares de locais entrando e oferecendo comida (principalmente "Pollo, pollo frito, pollo" e "Chicha").

As paisagens eram até bonitas, mas repetitivas, já que atravessaríamos praticamente todo o Pantanal boliviano. A única exceção, a única vista que podemos dizer realmente deslumbrante foi atravessar um grande trecho alagado, em que os trilhos do trem estavam literalmente submersos. O reflexo do sol e da vegetação pantaneira, somado ao do próprio trem, formavam um cenário único, que durou alguns minutos. Sem contar a quantidade de pessoas com a cabeça para fora do trem, admirando a paisagem, realmente divertido.

No mais, a viagem foi pacata na medida do possível, a lentidão do trem contrastando com a pressa dos vendedores locais que entravam no trem em cada uma das (muitas) paradas. Teve até gente que experimentou os quitutes locais, nem que estivessem (des)contaminados com vários gotas de cloro, hehe. A noite terminou com os fones de ouvido e um pouco de música e contemplação de paisagem, não sem antes testar as lanternas na noite do pantanal.

Apesar de ser um dia de grandes esperas, dentro ou fora do trem, que de "da morte" não tinha nada, foi um começo de viagem divertido e inusitado. O dia acaba no mesmo hora em que começa o seguinte, mas a viagem estava longe de terminar... e ela não ia esperar sequer o dia amanhecer para voltar a chamar a atenção!

peésses:
1: alguém foi descalço no banheiro do trem da morte, mas acho que foi de madrugada, então só contaria como PS pro dia seguinte. Não me lembro de nenhum específico para hoje, provavelmente só após uma reunião pós-viagem, hehe

Advertisement



Tot: 0.138s; Tpl: 0.022s; cc: 9; qc: 50; dbt: 0.0822s; 1; m:domysql w:travelblog (10.17.0.13); sld: 1; ; mem: 1.1mb