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Published: September 21st 2010
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Turistas
Três brasileiros e um russo A vida em albergue é um tanto quanto peculiar. O meu quarto na universidade ficaria disponível apenas no dia 30, então tive 6 noites para conhecer o ambiente, e nesse meio tempo pude conviver com gente da França, Austrália, Inglaterra, Brasil, Espanha, Rússia e Romênia. Entre as idas e vindas, descobri que é bem difícil entender um autêntico sotaque inglês (bem mais fácil o australiano) e que nosso portunhol funciona bem para falar com os espanhóis também, não apenas com os hermanos argentinos e uruguaios. Tinha aprendido algumas palavras em russo também, mas a essa altura já esqueci!
Conhecidos a parte, devo destacar o Fernando e a Fran, dois outros brasileiros que vieram também pelo programa BRAFITEC (ele da Eng. Sanitária/UFSC e ela da Eng. De Alimentos/PUC-PR). Estávamos os três na mesma situação, ali meio perdidos, à espera do dia 30 para realizar a mudança. Antes desse dia, não teríamos como obter o certificado de residência (
fr: attestation de residence), sem o qual não podíamos abrir conta em banco, o que por sua vez nos impedia de ter um telefone e por aí vai. Não nos restava outra opção que não ficar como turistas, então resolvemos aproveitar.
Por ficar
próximo ao centro, o albergue era um ótimo ponto de partida para caminhadas pela cidade e, como no geral o tempo cooperou, os dias que se passaram podem ser assim resumidos: café da manhã por volta das 8h, seguido de passeio até umas 20h, volta para o banho e após nova saída para o passeio noturno, retornando por volta das 24h - 01h. Andamos a cidade de cima a baixo, desde os arredores da Gare até a região mais moderna de Bordeaux Lac, no norte. Lado esquerdo e direito, ambos foram contemplados.
Algumas observações feitas nesses dias:
- a
Rue Sainte-Catherine, dita a maior rua de pedestres da Europa, liga a
Place de la Victoire à
Place de la Comédie. Na primeira situam-se inúmeros bares, point dos estudantes à noite, enquanto na segunda situam-se o
Grand Théâtre e o luxuoso Hotel Regent (o Copacabana Palace daqui, com as devidas adaptações). Com isso, à medida que avança da primeira para a segunda, a rua vai se tornando cada vez mais refinada: enquanto um lado é cheio de kebabs e lojas barateiras (
’Tout à deux euros!’), o outro é repleto de grifes, como Zara, Hugo Boss e outras que não
sei pois não prestei muita atenção (tenho ideias mais interessantes para gastar a minha bolsa =D).
- Ainda sobre essa rua, a maioria das lojas fecha às 19h - mesmo. Meia hora antes eles já começam a arrumar as coisas, varrer e pôr o lixo para fora. Um pouco depois passa o pessoal da limpeza urbana, com seu veículo high-tech, e ai de quem esteja na frente! Tivemos a emoção de ser perseguidos por ele uma vez, e só pudemos respirar aliviados quando chegamos à praça Victoire.
- Domingo à tarde, se é dia de jogo (do time de futebol
les Girondins de Bordeaux), a cidade para. Por mais que a partida fosse apenas às 21h e que o time estivesse em antepenúltimo na classificação do campeonato francês (18º/20), é difícil encontrar qualquer coisa aberta nesse horário, à exceção é claro dos kebabs e do ‘El Bodegón’.
- Talvez pela proximidade com a Espanha, há inúmeros bares espanhóis na cidade, os famosos
‘bar a tapas’. Ainda não fui ver como são, mas só pelo nome tenho muita curiosidade!
- Todos os dias, por volta das 17h, as ruas se enchem de pessoas carregando baguetes (aqueles pães
compridos) embaixo dos braços. Na maioria das vezes, já sem a ponta do pão, que eles vão comendo no caminho.
- Os brasileiros não são os únicos que entram num trem cheio e não se movem para o interior do vagão ¬¬ Como se não bastasse, entra de tudo no tram aqui. Até cachorro sentado em banco eu já vi!
- Falando em cachorros, eles são aceitos inclusive em inúmeras lojas, e já chegamos ao ponto de ver uma madame com seu ‘não-tão-pequeno-cão’ (não lembro a raça) passeando pelo setor Cama/mesa/banho da ‘Galleries Lafayette’.
- A água de pia é oferecida gratuitamente em todos os restaurantes, e muitas vezes não é nem necessário pedir. No entanto, caso alguma vez te perguntem, cuidado para não fazer confusão e pedir água mineral (água de torneira = ‘
eau de robinet’)! O Fernando pediu uma, certa vez, sem querer, e foi contemplado com uma bela garrafa de água proveniente das montanhas, cujo preço era maior que o de uma taça de vinho!
- Por falar em vinho, os mercados são repletos de opções, sendo possível encontrar uns que não custam
nem 2 euros!
- Os mercados estão por toda
Le chat gourmand
Restaurante acolhedor, com decoração peculiar: plantas e enfeites de gatos por todas as partes. Pedido: [i]”Assiete du marché”: tarte, crudités et salade[/i]. Bem servido, uma delícia. a parte, desde o Carrefour gigante do quarteirão (estilo supermercado brasileiro) até os simpáticos mercadinhos de rua, que expõe suas prateleiras com frutas e legumes na calçada, cujos donos muitas vezes são descendentes de turcos, árabes e de países do norte da África.
- A imagem que eu tinha de ‘comida francesa = muita arrumação, pouca comida’, felizmente, foi desfeita. Comemos bem em todos os restaurantes que fomos, e por bons preços. Carne, frango, peixe e frutos do mar, por aqui encontra-se de tudo. A ideia é escolher a opção com o maior número de palavras desconhecidas para ver o que surge no prato. Seja em um local mais intimista e com decoração peculiar ou em um grande restaurante, estilo ‘parada de BR’, só tivemos boas surpresas*.
*
À exceção de um peixe que pedimos - veio exatamente um peixe, inteiro (da cabeça à cauda), sobre o prato. Era pequeno, mas deu tanto trabalho para comer (inúmeras espinhas) que tivemos a sensação de comer por horas!
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