O 4º Dia - aquele que não acabava (e um pedacinho do quinto dia também!)


Advertisement
Published: February 14th 2007
Edit Blog Post

O quarto dia foi, provavalmente, o mais chato e desagradável de toda a viagem até agora (por mais que os últimos dias tenham sido meio sem graça por causa da separação dos bolivianos) .

No trem da morte, estava dormindo desde as oito da noite do dia anterior. Acordei meia-noite, numa parada bizarra, uma estação de trem numa animada cidade boliviana. Estava inclusive havendo alguma festa local, teve gente que saiu do trem pra ver, mas eu queria é continuar dormindo. Não sei porque, mas acho que ficamos uma hora parados naquela estação, com dezenas de nativos bolivianos entrando e saindo do trem pra vender suas tranqueiras.

Mas o pior foi quando finalmente partimos. Ou melhor, pensamos que tínhamos partido. Na verdade, o trem estava se movendo unicamente para trocar de trilho para deixar o ferrobus (trem de primeira classe) passar a gente!!! Saímos horas antes do maldito trem e agora teríamos que atrasar (ainda mais) a nossa viagem pros playboy do outro trem passarem!

De volta à estação bizarra, e mais meia hora de espera, finalmente partimos. Voltei a dormir, esperando acordar apenas umas 6, 7 da manhã para apreciar a paisagem. Ingenuidade minha...

Lá pelas seis da manhã começou a chover. Como fazia muito calor, até então tinha viajado de janela aberta, com os pés pra fora. Tentei fechar a maldita ventana, mas a desgraçada começava a subir sozinha, por causa da trepidação do trem. Tive que dar um jeito de dormir segurando a janela, ou melhor, de não dormir... pelo menos até a chuva parar, lá pelas cinco e pouco.

Dormi até sete ou oito horas e acordei pra ver a paisagem. Outra furada. Já estávamos um pouco distante do pantanal brasileiro, a paisagem boliviana era repetitiva e monótona. O trem continuava com suas paradas a cada quinze quilômetros, à uma velocidade média de 30 km/h.

Nesse meio-tempo, começamos a discutir a possibilidade de pular cochabama, já que o nosso trem estava umas boas horas atrasado, e acabamos decidindo pegar um busão direto para la paz quando chegássemos em Santa Cruz (o que acabou acontecendo lá por umas duas da tarde)

Compramos a passagem para La Paz (e o vendedor nos roubou 10 bolivianos - ou seria um estelionato? ou teria ele roubado da empresa? do governo? Divertidas inúteis discussões jurídicas!)

Almoçamos na rodoviária mesmo (melhor pelo menos que nosso jantar a caminho de corumbá, o que nao significa grande coisa). Ouvimos algumas histórias de brasileiros recém-chegados que foram roubados por falsos oficiais de imigracao (eles chegaram a abordar eu e o Joao: por mim eu teria caído, hehe). Ah, antes disso, o povo foi tomar banho na rodoviária, mas eu preferi tomar banho de gato com toalha, porque aquela rodoviária era nojenta (só iria tomar banho de verdade em La Paz, uns três dias depois do último banho, no albergue de Corumbá... quem conhece o trem da morte sabe como a minha querida camisetinha "NARC" resistiu bravamente!)

Na hora de embarcar quase perdemos o busao porque nao encontrávamos nossa plataforma. Nao era pra menos, já que ela nao existia, haha, ou pelo menos nao tava numerada! Já na plataforma, presenciamos um inusitado companheiros de viagem: um podlle, que viajou no colo da sua dona (e que se comportou melhor que alguns dos passageiros do ônibus, diga-se de passagem). O ônibus era caro (para os padroes bolivianos) e meia-boca, sem ar-condicionado, um tanto apertado, só com assento para os pés. Como grande ponto positivo, passou um filme do Van Damme (e outro escroto com um dos comediantes do SNL). Dormi na metade dos filmes, e só iria acordar de madrugada



*** escrito numa lan da calle Llampu, na rodoviária de La Paz e finalizado na rodoviária de Cochabamba





Advertisement



Tot: 0.106s; Tpl: 0.012s; cc: 7; qc: 44; dbt: 0.0562s; 1; m:domysql w:travelblog (10.17.0.13); sld: 1; ; mem: 1.1mb