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Published: August 10th 2009
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Suiça de novo... pois é, adoro!
Engraçado que já escutei de muitos por aqui que a Suiça é muito “MEB”: “Mountain, Equal, Boring”. Bem, eu não diria que cidades como Zurich, Bern, Geneve, Lucern, são iguais, mas desta vez a meta era TODA em MONTANHA, no canton Valais e pude confirmar um pouco desse conceito “MEB”.
Leukerbad, Gemmi, Leuk, Martigny, Verbier, Orsières, no inverno são lotadas de esportistas da neve, mas no verão, tirando o período ciclistico do Tour de France, os turistas são mais ligados ao relax das termas e à degustação de excepcionais vinhos exclusivos da zona, que não alcançam produção para distribuição externa. Então a idade média aumenta um pouco.
Minha primeira experiência num SPA Roman Irish, aconteceu em Leukerbad. É uma combinação antiga 120 anos das saunas irlandesas e piscinas dos antigos romanos, feita em 11 etapas e 2 horas. TODOS RIGOROSAMENTE NUS!
Ao chegar, fomos recebidos por Orlando, um italiano sardo, emigrado para a Suiça ha' 20 anos em busca de sustento. O homem de uns 50 anos, corpulento, me impressionou especialmente pela espessura dos dedos e o tamanho das mãos. Explicou como funcionava tudo com um belo sotaque alemão e voltou para a
recepção, onde já se encontrava um seu colega muito mais jovem.
Éramos 3 mulheres, uma das quais, de Milão, com uma bunda de fazer inveja às loiras e morenas do Tchan, que iniciou o circuito primeiro. Eu, esperei a colega reprimida de Roma que levou meia hora para decidir se tirava ou não a roupa.
Começamos as duas, passando no corpo uma meleca exfoliante de pó de café com óleo, seguida de uma ducha de 5 minutos. Depois, 15 minutos de sauna seca a 54°C, para passar a outra sauna seca de 68°C por mais 5 minutos. Temperatura duríssima de suportar! Pausa de 10 minutos para um peeling com lama e mais 10 minutos de limpeza de pele com escova e sabão de ervas e outros 10 minutos de massagem. Foi aqui que descobrimos que Orlando e seu pupilo eram mais que recepcionistas. Passando defronte uma sala de massagem, vimos nossa colega de Milão, toda sem jeito, deitada de bruços, com aquela cordilheira adiposa alta 50 cms e o Orlandão lá, se acabando na massagem, lembrando dos tempos em que ele amassava pizza na Sardenha.
-“Ae, Orlando, fala sério, você ama o seu trabalho, heim?
Gargalhada geral! Acabei com
o silêncio e o clima cerimonioso do lugar, onde ninguém olhava pro perú de ninguém, e no fim a mulherada toda se uniu pra adivinhar o peso, “Ah! Aquele? Uns 250 gramas! …
Bem, depois de passar pelas mãos e escovões do Orlandão, muito respeitoso, apesar de continuar com o ataque de riso, continuamos para uma sauna a vapor 48°C por 5 minutos, para depois cair na primeira piscina de água mineral a 36°C, por 10 minutos de molho. Dalí se vai pro melhor, 15 minutos de hidromassagem a 34°C e se retorna pra uma piscina, desta vez a 28°C, por 5 min.
Finalizamos com 1 minuto na piscina a 18°C, com um terrível choque térmico e rapidinho pra sala do silêncio. Batemos os dentes debaixo de cobertas de lã, com uma bebidinha hidratante nas maos e nem um pio, por 30 minutos. Porém, todos me olhavam e voltavam a rir. De fato, fazer piada de situações embaraçantes pra “desembaraçar”, por aqui é muito raro. Europeus em geral tem tendência a dramatizar tudo, italiano então, nem se fala e quando fazem uma piada é tão fora de lugar que acaba piorando tudo. Então, quando alguém faz uma boa,
eles passam semanas rindo e contando pros outros...
Bem, depois de mais montanhas, canyons, termas, raclets e fondues, chegamos a Grand Saint-Bernard, a montanha que faz fronteira entre itália e Suiça, famosa pela peregrinagem durante o Medioevo, através da Via Francigena, estrada construída 2.000 anos atrás.
A caminhada foi feita pela primeira vez pelo arcebispo Sigerico, de Canterbury, em 990, retornando de Roma para a Inglaterra, que documentou todas a etapas da viagem. O pedaço suiço, passa por Giura e pelos Alpes e termina na Grand Saint-Bernard, que deve ser superada para chegar à terra do Cristianismo.
Na época, a travessia era quase impossível, considerando as condições climáticas extremas e poucos recursos. Aqui entram Bernardo de Mentone e os cachorros, que em 1045 construiu uma espécie de hospedaria e deixou aos monges agostinianos, a tarefa de acolher e salvar os milhares de peregrinos que passavam frio, fome e arriscavam a vida na neve. A hospedaria virou hotel, mas os monges continuam lá, hoje com sala multimídia, e na apresentação se percebe facilmente o esforço que fazem para manter a atenção dos visitantes no fator humano da história, ou seja, neles próprios, que salvavam as vidas. Insistem que os
cães São Bernardo eram apenas instrumentos que foram substituidos por helicópteros, muito incomodados com a lojinha de souvenir, que vende o bicho em centenas de versões. Mas é inútil, quando acaba a apresentaçao, todos correm para o canil daqueles fofos enormes, que os monges alugam no verão para satisfazer os turistas.
Também não se pode perder a visita ao museu que expõe a vida Céltica e Romana no local, entre tantos objetos extremamente interessantes de diversas épocas, uma completa coleção de moedas romanas de TODOS os imperadores e uma raríssima estátua de Júpter em perfeito estado. Em escavações passadas, descobriram que naquela colina provavelmente havia um templo onde os soldados paravam para pedir proteção e fazer oferendas.
Antes de pegar o trem de retorno ao aeroporto de Zurich, uma parada para o almoço no melhor restaurantes de nouvelle cuisine da minha vida, "Des Alpes", comida impecável, escondida em Orsières, uma vila de 800 habitantes nos Altos Alpes.
That’s all folks!
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Andrea Mansano
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oi Kelly
Olá Kelly, Algum roteiro para Londres? Estarei na por uma semana no início de setembro e queria aproveitar ao maximo o tempo e ir só no que vale a pena. As outras vezes em que fui à Londres foram sempre correndo e a trabalho e nunca sobrou tempo para mim. Te agradeço de antemão. beijocas Dea