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Published: March 23rd 2009
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Chateau Clos Lucè
vista do Jardim de Leonardo Château de Clos Lucè - última morada do gênio (e um dos meus ídolos) Leonardo Da Vinci, já conhecido deste blog, convidado pelo seu amigo e protetor, o rei Francisco I, que o chamava “meu pai”, e onde passou seus últimos 3 anos de vida. Morreu cidadão francês, como “Primeiro pintor, engenheiro e arquiteto do rei da França. Mecânico do Estado Francês”, depois de ser humilhado e desprezado na Itália. Chega ao castelo trazendo consigo 3 quadros: Mona Lisa, Sant’ana e São João Batista, e o seu companheiro de vida Francesco Melzi, a quem deixou toda a sua obra. O castelo de Clos-Lucé fica na cidade de Amboise, ao lado do Palácio Real, contornado por um parque que guarda réplicas de importantes invenções do mestre e a sua paixão pela botânica. No castelo é possível ver as salas principais, o escritório, a cozinha e a cama original sobre a qual Leonardo morreu em 1519. O quadro pendurado no Château de Chambord que retrata Da Vinci morrendo nos braços de Francisco I, é pura ficção ou vontade do Rei. François estava em outra cidade e o mestre morreu durante o sono, sozinho. A passagem secreta subterrânea que uniria Clos Lucè ao Château
Chateau Clos Lucè
Jardim renascentista de Amboise, para favorir encontros entre Leonardo e o Rei, afirmam os guias, è uma outra fantasia popular.
A cidade de Amboise é muito graciosa e além dos dois castelos, ao longo da estrada estreita que leva ao Clos-Lucé, é possível observar várias casas habitadas, construídas na rocha. De fora o que se vê são apenas portas e janelas, algumas antenas de televisão e chaminés. O vai-e-vem de moradores porém, indica que viver ali não é tão estranho quanto parece para nós. As casas chamadas “trogloditas” são muito comuns naquela zona. Eram antigas cavernas oriundas das escavações de turfa, uma rocha calcária, maleável, usada para construir todos os castelos e mansões das redondezas. Cavernas que os escavadores recebiam após anos, como “pagamento” pelo trabalho de extração, corte e transporte das pedras.
Sempre pelo mesmo motivo, a extração de rochas, são muitos os locais trogloditas cheios de corredores, galerias e habitações naquela região. Em Azay-Le-Rideau, visitamos La Vallèe des Goupillieres, uma “fazendinha de cavernas”, 1400-1600, descoberta por acaso por Louis-Marie Chardon, um filho de plantadores de maçã que aos 10 anos a fazia de campo de brincadeiras e 15 anos depois, curioso com o modo irrregular com que as
Chateau Clos Lucè
Cozinha de Leonardo Da Vinci raízes das plantas cresciam alí, a escavou e descobriu um patrimônio inestimável. O sítio pertencia aos camponeses que retiravam as pedras de turfa para os castelos dos reis e ficavam com os buracos para morar. E é o simpaticíssimo Louis-Marie em pessoa que conta, em francês, como era a vida na fazenda troglodita, como dormiam, cozinhavam, criavam os animais e se refugiavam dos ataques dos brigantes. O refúgio, cheio de repartições e armadilhas engenhosas é certamente a parte mais interessante da visita.
Châteaux de Amboise - o castelo começou a sua vida no século XI, quando o Conde de Anjou, reconstruíu a fortaleza em pedra, ampliando e melhorando ao longo do tempo. Em 1434, o edifício foi confiscado por Carlos VII e adicionado aos bens da Coroa, depois que seu proprietário, Louis d'Amboise, acusado de conspiração contra Luís XI, foi executado em 1431. Em mãos Reais, o château tornou-se num dos favoritos dos reis franceses. Carlos VIII de França, que alí nasceu e faleceu, decidiu fazer extensas reconstruções, começadas em 1492 ao estilo do gótico flamboyant tardio para pouco depois, em 1495 empregar dois italianos e misturar motivos renascentistas, ainda pouco difusos na arquitetura francesa.
Talvez os elementos
Chateau Clos Lucè
passagem secreta, nunca provada. mais interessantes sejam a capela de Saint-Hubert, inicialmente parte integrante do castelo, com entradas internas por dois andares, que hoje é situada de fora do château. De decoração gótica flamboyant, tem a caça como tema e abriga o túmulo de Leonardo da Vinci. Além dela, as duas torres dos cavaleiros (Torre dos Mínimos e Torre Heurtault) - rampas helicoidais cobertas, que permitiam o acesso dos cavalos e carruagens, desde o nível do rio Loire até ao plano do castelo. Foram usadas como prisões durante a guerra civil francesa entre 1648 e 1653 e suas paredes de turfa em espiral, conservam escritas e desenhos feitos pelos carcerados.
Vale uma parada em Tours, onde nasceu Honoré de Balzac, uma parte romana, outra desenvolvida em torno à tumba de São Martino, unidas no passado para transformar-se na cidade mais progressistas da Região Centro de hoje. Vimos suas catedrais, suas casas medievais, fomos apresentados a Fritz, o mascote da ciade, e depois decidimos buscar outros castelos.
Chegamos ao Château de Azay-Le-Rideau, 1518, um exemplo do Renascimento francês, construído pelo tesoureiro estatal de Francisco I, sobre uma pequena ilha do rio Indre, herança da sua esposa Phillipa Lesbahy. E de fato foi ela
Chateau Clos Lucè
O leito de morte original de Leonardo Da Vinci que dirigiu os trabalhos, fazendo o Château parecer surgir de dentro d’agua e incluindo a inovativa idéia de uma escadaria central interna (escalier d'honneur), diferente das escadas helicoidais visíveis do exterior, como era a maneira francesa. Berthelot foi suspeito de fraude e fugiu de Azay-le-Rideau, deixou o Château incompleto e nunca mais retornou. O Rei confiscou a propriedade e a doou como recompensa a um dos seus soldados de alta patente.
Como todos os outros castelos, Azay-Le-Rideau mudou várias vezes de mãos, até o início do século XX, quando foi adquirido pelo governo francês e restaurado.
A geração romântica redescobriu o encanto do Château de Azay-le-Rideau. Honoré de Balzac referiu-se a ele como "um diamante facetado apoiado no Indre".
Balzac de fato rodou muito pelas estradinhas de Azay-Le-Rideau, como também fizemos nós, com o navegador enlouquecido, passando por diversos castelinhos, mansões e casas magníficas ainda hoje habitadas pela gente do lugar. Incluindo a casa da condessa Mortsauf, heroína "possuidora de todas as virtudes", do romance balzaquiano “O lírio do Vale” (1835).
Com um pouco mais de fôlego, outras cidades importantes da França medieval, como Gien, Chinon, Saumur e Angers também preservam seus castelos e jardins maravilhosos abertos à
Chateau Clos Lucè
Recentemente encontraram pinturas embaixo do estuco, em varias paredes, que pensam ser de Leonardo. visitação. O vale pode ser sobrevoado de balão ou percorrido em barco ao longo do Rio Loire e Cher, e toda aquela beleza admirada de um angulo diferente. As histórias que revelam a vida e os costumes nestes palácios são contadas nas noites de verão (de junho a setembro) em espetáculos de som e luzes apresentados nos principais châteaux.
Mas não termina aqui!
Além dos castelos, o Vale do Loire, abriga ainda igrejas, pontes e relíquias do tempo em que a jovem Joana d´Arc, (uma das minhas heroínas) hoje padroeira da França, lutava pela soberania do território francês, tomado pelos ingleses no início do século XV. Questões políticas levaram a guerreira inspirada por Deus, para as garras da Inquisição Católica. Encarcerada e julgada pelo inimigo em Rouen, Joana terminou na fogueira, acusada de bruxaria.
E na viagem de retorno ao Aeroporto de Orly eu não podia deixar de dar uma passadinha em Orléans, capital da França Medieval, para conhecer mais uma versão da história da mais célebre batalha comandada por Joana D’Arc e seu exército, em 1429, durante a Guerra dos Cem Anos.
Um pequeno museu foi construído na réplica da casa do então tesoureiro Jacques Boucher, onde a
Chateau Clos Lucè
metralhadora de Leonardo Da Vinci jovem passou algumas noites até o tão esperado dia da expulsão dos ingleses.
Au revoir mon ami!
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Luciana
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Lindo!
estava neste site procurando um lugar para passar minha lua-de-mel. Achado! Muito obrigada. Texto maravilhoso, digno de um livro, fotos lindas. Parabéns. Me inscrevi para receber novidades. Luciana