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Published: December 10th 2010
“
Uma breve apresentação, por favor: seu nome, sua idade, profissão, situação familiar, nacionalidade, algo que você goste de fazer.”
- Sou Luis, 22 anos, estudante brasileiro, solteiro. Algo que eu goste? Vejamos...
Uma das coisas que mais gosto quando estou em outro país é ouvir rádio. Pode parecer um pouco antiquado, mas, verdade seja dita, é uma ótima maneira de se distrair e de treinar o ouvido com as línguas estrangeiras, o que pude comprovar durante minha experiência no Québec – quem conhece a história deve lembrar que a Lady Gomez era meio calada.
O meu celular brasileiro não tem sinal no exterior, mas trouxe-o comigo para Bordeaux apenas para poder ouvir rádio. Na hora de comprar um celular daqui não foi muito diferente. Em meio a inúmeras opções de super-celulares com conexão à internet, gps, diversos aplicativos e o escambau, acho que o vendedor ficou um tanto quanto perplexo quando disse que queria apenas um que fosse pequeno e... pegasse rádio, obviamente!
Entre os primeiros itens que comprei para casa, também, não podia faltar um aparelho de som – mais importante e mais fácil de carregar para casa que uma vassoura. =D
Um certo dia ouvi
na rádio o anúncio de uma exposição que estava ocorrendo na base submarina da cidade, entrada gratuita, e que terminaria no final de semana seguinte. Já havia visto uns painéis pela rua, mas até aquele momento não tinha tido o ‘click’. Exposição + gratuita + um lugar desconhecido na cidade = 3 bons motivos para que eu fosse conferir!
Un voyage au cœur de notre humanité pour réfléchir ensemble à la diversité humaine et culturelle.
A tal exposição, chamada
“6 Bilhões de Outros”, é projeto de um fotógrafo francês (Yann Arthus-Bertrand) que, após sobrevoar o planeta por 10 anos para realização de seu trabalho “A Terra vista do céu”, sentiu-se intrigado em descobrir estas tantas pessoas que figuravam em suas fotos. Ao todo, 5600 entrevistas foram filmadas em 78 países pela sua equipe de ‘repórteres’, que partiram ao encontro dos ‘outros’. Do pescador brasileiro à vendedora chinesa, da artista alemã ao agricultor afegão, todos responderam as mesmas questões: “
O que você aprendeu com seus pais? O que você deseja transmitir aos seus filhos? Você está feliz? O que é a felicidade para você? Quando foi sua última crise de riso? Você ama o seu país? O que é o amor para você? Qual é o sentido da vida para você?”, entre
muitas outras (as entrevistas completas possuíam 40 perguntas).
A exposição consistia apenas de vídeos, organizados por tema (família, provações, felicidade, medos etc), além de um vídeo introdutório e um making-off. A diversidade de entrevistados e de respostas, e ao mesmo tempo a proximidade de ideias entre algumas pessoas de locais completamente opostos no mundo, tornam os resultados extremamente interessantes. É, como eles afirmam, ‘uma viagem ao coração de nossa humanidade, que propicia uma oportunidade única de reflexão conjunta de nossa diversidade humana e cultural’.
Não vou me extender aqui, o objetivo era apenas divulgar a ideia. Caso alguém, algum dia e em algum lugar do mundo, tenha a chance de visitar essa exposição, eu recomendo. Se, também, alguém tiver interesse em conhecer as perguntas da entrevista, basta me pedir que eu envio – elas valem um bom momento de reflexão.
“
Você gostaria de acrescentar algo, para encerrar?”
- Não, obrigado.
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ootyresort
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