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Published: September 1st 2010
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Esquema da viagem
(Essa é para ajudar a situar os mais perdidos) Primeiras impressões
Após muita expectativa e ansiedade, recebi a passagem aérea para o dia desejado. Feitos os preparativos finais, tudo estava pronto para a viagem. Dia 23 de agosto de 2010, exatamente um ano após a minha ida ao Canadá, estava de volta ao aeroporto para iniciar uma nova experiência.
O itinerário era Rio > Paris > Bordeaux, pela Air France. Logo vieram as lembranças daquele fatídico vôo 0447 Rio > Paris da Air France, que caiu no Atlântico. Após o incidente, ele foi renomeado como 0445, e era exatamente esse o meu vôo. Para não deixar os passageiros sem sua dose diária de adrenalina, tivemos direito a uma forte turbulência bem ali, nos arredores de Noronha, mas felizmente sem maiores incidentes (é, não foi por isso que demorei tanto a começar a escrever!). O jantar foi bom, com direito a uma fatia de queijo brie, para já entrarmos no espírito francês. Após 11h de viagem, chegamos ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.
Bienvenue en France, alors! A escala foi tranquila, e logo segui para a etapa final, 1h de vôo até Bordeaux. Ao desembarcar, descobri que a Mme. Le Hénaff, coordenadora do nosso BRAFITEC por
aqui, me aguardava - maravilha! Como cheguei cedo (por volta das 15h), tive direito a um pequeno tour pela faculdade antes de ser levado ao albergue. Entre diversos conselhos e recomendações sobre a cidade, ela fez questão de frisar que eu deveria chamá-la caso fosse preso (!?). Deve ser porque raspei o cabelo ¬¬
O albergue² fica num prédio relativamente novo, de arquitetura esquisita, a alguns quarteirões da Gare St-Jean. Os quartos são, em sua maioria, para 4 pessoas (2 beliches), mas são bem espaçosos, de forma que não tive problemas em arrumar um canto para deixar minha mala. Tratei de me trocar (grande ideia levar as bermudas na mochila!) e sair, estava ansioso para conhecer a cidade.
Saí por volta das 18h, feliz da vida por ter o sol brilhando ainda alto, para fazer um reconhecimento. O albergue fica num bairro não muito turístico, onde é forte a presença de imigrantes e descendentes das antigas colônias africanas francesas (Argélia, Marrocos, Tunísia, Costa do Marfim...), fora da área central que foi recentemente classificada como Patrimônio da UNESCO (2007, se não me engano). Como de costume, segui para a beira-rio (o rio Garonne, que corta a cidade) para por
lá caminhar até o centro.
Entrei por uma ruela, com o único objetivo de encontrar o rio, e a cidade já começou a se mostrar para mim. Uma esquina e surge um pátio com uma igreja romano-gótica (viva as aulas de história da arte!) - ao olhar em volta, a sensação de ter viajado no tempo. O passeio, posso afirmar, foi uma sucessão de deslumbramentos. Não apenas com a arquitetura histórica preservada, mas especialmente com o espírito da cidade - por todos os lados, pessoas caminhavam, pedalavam ou se exercitavam nos inúmeros parques, praças e ciclovias, reuniam-se animadamente em bares e cafés, ou simplesmente passeavam, muitas vezes acompanhadas por vistosos sorvetes.
Detive-me, em especial, na Place de la Bourse, onde se situa o célebre ‘Mirroir d’eau’ (espelho d’água), um dos cartões-postais da cidade: uma grande praça pavimentada sobre a qual há uma película de água, criando um verdadeiro espelho, que periodicamente recebe jatos de vapor, criando uma nuvem sobre o chão - o efeito é bem interessante. Mais interessante, no entanto, é apreciar a interação das pessoas com o local - um espetáculo gratuito, que renova-se a todo momento. Um local ideal para bestar, como diria meu pai,
e assim fiz. Sentei-me nos degraus da praça e fiquei a apreciar o movimento. Após as 20h30, quando o sol finalmente baixava por trás do prédios na margem esquerda do rio, o espelho já refletia a lua, cheia e brilhante, que surgia na margem direita.
Havia uma verdadeira
joie de vivre (alegria de viver) no ar. E assim voltei para o albergue, imensamente feliz.
😊
Ps: Não reparem nas fotos soltas aleatoriamente ou na formatação estranha de algumas partes, ainda estou aprendendo a escrever nisto aqui!
1. Caso alguém algum dia precise, o aeroporto de Bordeaux-Mérignac fica a 10 km da cidade. Há um ônibus expresso (7 euros) que leva até a Place Gambetta, no centro, e depois segue para a Gare St-Jean (onde chegam os trens).
2. Albergue de Bordeaux (
Albergue de la Jeunesse de Bordeaux - 22, Cours Barbey): é o único existente na cidade, logo não dá para escolher muito. É simples, porém limpo. Há quartos para casais e dormitórios para 4 pessoas, alguns com banheiro (pia + chuveiro) no próprio quarto. Não há internet wi-fi, apenas 2 computadores à disposição dos hóspedes (1 dos quais estava ‘en panne’ e outro era bastante temperamental). Paguei
22 euros por noite, que incluía o café da manhã (cereal, pão, manteiga, geleia, suco de laranja, leite e café). Disseram que é caro, mas como não tenho parâmetros para comparar prefiro me abster de comentários. Ao menos é mais barato do que qualquer diária em hotel que eu fosse arrumar, especialmente durante a alta temporada.
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