Advertisement
Published: March 14th 2010
Edit Blog Post
É difícil explicar Hanói. Imagine São Paulo com metade dos carros e dez, doze, quinze vezes mais motos; substitua todas por scooters (e algumas bikes). Faixas para pedestres e veículos não existem; semáforos são só para constar; a mão das ruas, idem. Vale a lei da buzina e do espacinho aqui e acolá. Mulheres de todas as idades carregam seus cestos seguros por paus de madeira nas costas vendendo tudo e mais um pouco, de bolinho feito em casa a camisetas e panelas. Veteranos, de tantas guerras, caminham com seus chapéus e roupas típicos, como se saídos de um filme. Vendedores e motoristas (de taxis, motos, triciclos, até bicicleta) não deixam os turistas darem mais de três passos sem que algo seja oferecido. Refeições coletivas são feitas nas calçadas; mulheres batem e moem carne na entrada do “restaurante”. Bandeiras vietnamitas tremulam em todo canto. Enquanto isso, em meio ao caos, crianças brincam e correm como se estivessem numa tranqüila vila. Em poucas horas, a capital vietnamita se torna nossa cidade favorita.
Desde a chegada, a impressão que se tem é de que o Vietnã é um país de contrastes. Desembarcamos na capital Hanói depois de mais um pequeno Lao Airlines
com direito a uma boa chacoalhadinha, às 18h de uma quinta, em pleno horário de pico. O trânsito, como é possível imaginar, caótico. Mas, já na saída do aeroporto, ao redor do que seria a marginal Tietê deles, ao invés de prédios e mais avenidas, campos de arroz repletos de camponeses preenchem o cenário até onde a vista alcança. Na própria marginal, uma lavradora, com seu grupo de mais de 30 cisnes, anda em meio aos carros, caminhões e ônibus. Um passa na contramão, outro também. E os campos de arroz sendo irrigados logo ao lado.
No centro, vielas e pequenos prédios, muitos construídos há centenas de anos - Hanói completa mil anos em 2010 -, preenchem o cenário de uma cidade muito viva, onde os não muitos turistas se misturam à vida local. A região, chamada Old Quarter, é praticamente um labirinto. Não foram poucas as vezes que precisamos do mapa para saber onde estávamos e, mesmo assim, em algumas continuamos na direção errada.
Caminhar pelas ruas da capital, como é possível imaginar, é um desafio. As dicas, recebidas logo no primeiro dia, são: ande sempre em frente, nunca para trás, não corra e não pare, os
motoristas vão desviar de você; ou, se preferir, cole num local e o siga, sempre dá certo. Nos sentimos praticamente a galinha do jogo de Atari....
Dos quatro dias que ficamos em Hanói, dois serviram para recuperarmos a saúde. Depois de 40 dias de viagem (e dois dias de tubing...), finalmente fomos abatidos. Metade do blog com gripe, a outra metade com flora e fauna altamente prejudicas. Nos outros dois dias, descobrimos que Uncle Ho (como Ho Chi Min é chamado por aqui) é muito mais venerado do que podíamos imaginar.
Começamos os passeios com uma visita ao Templo de Literatura, onde é contada a história de Confúcio, sua atuação no Vietnã, e mostrada a influência chinesa no país, trazida por mais de mil anos de ocupação. Depois, uma visita à impressionante prisão Hoa Lo, construída pelos franceses na época colonial, que depois serviu para abrigar presos durante a Guerra dos Estados Unidos (como é batizada desse lado) - o senador e ex-candidato a presidência John McCain foi um deles. O local possui, entre outras coisas, uma das guilhotinas originais usada pelos franceses contra revoltosos e a roupa que McCain usava quando foi preso, além de centenas de
a moto eh o carro
e leva qualquer coisa fotos, um documentário, celas conservadas como eram à época e utensílios originais.
Continuamos nosso roteiro com uma visita ao Complexo Ho Chi Min, que inclui o Mausoléu, onde é possível ver o próprio embalsamado - quem teve a idéia de guardar o homem por cinco anos, de sua morte até o final da guerra, para depois embalsamar??? E, pior, enquanto o desejo de Uncle Ho sempre foi ser cremado? - além de um museu, a casa onde ele morou e um templo. Uns metros mais pra frente, uma enorme estátua de Lênin completa o circuito comunista. Infelizmente, não conseguimos ver o tio em pessoa. O espaço abre de sábado a quinta só das 8h às 11h. Num dos dias, sem saber, chegamos atrasados; outro, era sexta-feira; nos outros, doentes, a cama nos atraía mais do que as longas filas para chegar perto do homem. Mesmo com o mausoléu fechado, é fácil perceber o quanto Ho Chi Min é importante por aqui. Dois "guardas estátuas" passam o dia em frente à porta e uma linha branca desenhada a uns 15 metros da entrada não deixa que ninguém se aproxime. Qualquer um que ousar ir além já escuta o apito inimigo
mandando retroceder.
Nossa saída de Hanói terminou da mesma forma como começou: em horário de pico. Scooters e mais scooters, carros e ônibus na contramão, trens cruzando a cidade em diversos pontos, veteranos e veteranas caminhando com seus chapéus, sorrisos por todo o lado. É difícil explicar Hanói, mas adoramos isso aqui.
The Motorcycle Diaries
It's hard to explain Hanoi. Imagine London (or maybe Sidney, we believe) with half of its cars and ten, twelve or fifteen times more motorbikes running around without rules. Pedestrian lines don’t exist and traffic lights are only an ornament. Women walk on the streets carrying baskets and selling everything, from fruits to pans. War veterans, with their typical clothes and hats, play cards as if they had come from a movie. Locals cook and share their lunch while chatting with friends. Vietnamese flags wave everywhere while children play in the street until late in the night. Hanoi is quite possibly our favorite city so far.
Vietnam is a country of paradoxes and we didn’t need much time to realize that. We landed in the capital of the country after another small and rather scary Lao Airlines flight, exactly at 18hpm, rush-hour. The traffic, as we expected, was chaotic. But since leaving the airport, instead of buildings and avenues, rice paddies and peasants filled the horizon. In the motorway, an elderly woman from the countryside followed by a group of 30 gooses divided the three-laned motorway with buses, scooters and cars.
In the center, small alleys and apartment buildings built hundreds of years ago - Hanoi is celebrating 1000 years in 2010 - are the scenery of a very live city, where the few tourists are mixed with the local life. This region, known as Old Quarter, is a labyrinth and no rare we needed a map to point out where we were trying to reach. But we kept getting lost anyway.
We started our sightseeing with a visit to the Temple of Literature, which highlights the time Confucius spent in the country, and shows the huge influence China still has over Vietnam after 1000 years of occupation. The temple was followed by an stunning visit to Hoa Lu prison, built by the French back to the colonial years, and than turned into a war prison during the American War (that’s how they call the war here). Its
most famous inmate was probably the ex-senator John McCain.
The prison was followed by a visit to Ho Chi Min Complex, where is still possible to see the body of the great hero of the country, who died in 1969. We were wondering… who kept the body for five years during the war until it was finally ended?? Close to the museum, a huge statue of Lenin completed the communist tour. Unfortunately we couldn’t see the body. One day we were sick, the next was a Friday and the whole complex (which includes a temple, a museum and the presidential palace) was closed. But is still possible to realize how Ho Chi Min is so important in Vietnam. The guards in front of the mausoleum don’t allow anyone to stay less than 15 meters from the main entrance. And they blow the whistle to let you know that.
Our goodbye to Hanoi finished in the same way as it started: rush-hour, scooters, some more scooters, buses, veterans of war. Is difficult to explain Hanoi, but we loved it.
Advertisement
Tot: 0.092s; Tpl: 0.014s; cc: 8; qc: 24; dbt: 0.0472s; 1; m:domysql w:travelblog (10.17.0.13); sld: 1;
; mem: 1.1mb
Lucas
non-member comment
Palacio imperial...
Tem certeza q esse nao e o museu do ipiranga??? What's next??? lol