Quem viu Goa...


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Asia » India » Kerala
February 28th 2013
Published: March 22nd 2013
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GOA

Cheguei a Panjim ansioso por falar portugues, saber se ainda mexia...

E mesmo moribundo ainda estrebucha (com alegria)! E que dizer do enorme prazer de conversar nesta nossa (?) lingua, a milhares de quilometros de casa, com um sorridente sexagenario indiano? Vagueando por Goa a procura destas historias (ruas e toponimia, pessoas, edificios, gastronomia....) : cada encontro e uma alegria, e procuro-os!

Na casinha do Sr. John e Sra.Boaventura Vaz, aninhada na encosta das Fontainhas, interrompo a oracao familiar do terco ou rosario, nao sei. As florinhas de plastico no quarto, os cortinados, a mesinha para escrevinhar, os espelhos sujos, o mapa do estado de Goa feito por um engenheiro portugues…encontro nesta casinha crista qualquer coisa que faltava nos outros quartos que visitei.

A noite saio para ver o Carnaval na praca. Animacao, mascaras, comida e bebida e ouve-se tambem a Ivete Sangalo, embora a maior parte do pessoal nao consiga entender a letra.

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Acordo numa especie de aguas furtadas, paredes quase de papel, os lencois limpos a cobrir um colchao duro tipo fardo de palha. Entre as 6 e as 7 horas toca um sino e acaba o silencio. Comecam a uivar caes e o chilrear de varios passaros entra pelo quarto ainda nem comecou a clarear o dia.

Range um portao velho de ferro. Depois vem o sol a mostrar o branco e a cor das paredes das casas, os declives das telhas alaranjadas e os verdes dos vasos e alegretes com plantas e flores que salpicam as casas. E ja ouco um pregao arrastado de uma senhora que desce as escadas do Altinho.

No cimo da escadaria, o antigo Liceu parece carregadinho de memorias e historias. Ha azulejos nas entradas das casas: " Dias", "Couto", "Soares", "Botelho", "Morada dos SIlva Pereira".

Entro pela primeira vez na igreja da Imaculada Conceicao, branca de ferir os olhos. Somos uns 20 ou 30, a media etaria andara nos 60 para cima, e vamos ouvir missa...em portugues! Porque a Velha Guarda ainda aprecia estes requintes. Mas o desafio e herculeo para quem leu os textos e para o proprio padre, a lutar com as palavras durante a homilia. E os nossos canticos, arrastados! No final , aproveitei para partilhar o meu espanto com os simpaticos goeses...em portugues. A lingua cria pontes. Estes senhores que falam esta lingua com tanto prazer, concerteza passaram bem no tempo em que ca mandavam os meus conterraneos.

Em Velha Goa, cai-nos o queixo. Que grande cidade teria templos tao monumentais? Nunca a historia dos descobrimentos se tornou tao palpavel como ali, naquele momento. Nem tao interessante.Da cidade, que chegou a ser mais populosa que Lisboa ou Londres, com excepcao dos templos e ordens religiosas, pouco resta. Tudo comido pelos bichinhos e pelo tempo.

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