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Published: October 10th 2005
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01. A caminho da Ciudad Perdida
Cedric, Yuri, Amanda, Phil, Joanna, Beto e Jhon (guias),eu e uma mula. Ciudad Perdida
Ciudad Perdida tem sido comparada a Machu Pitchu pela magnificiência da sua construção, provando que antes da chegada dos europeus a este continente, já lá viviam civilizações bastante avançadas. Outrora um centro urbano é agora uma atracção turística promovida pelo Turismo da Colômbia. Em finais de 2003 foram aqui raptados por um movimento guerrilheiro 8 turistas europeus, que só viram a liberdade passado dois meses. Apesar da relativa segurança em que a visita se pode efectuar, o triângulo, guerrilha, para-militares e exército é uma realidade na Colômbia como também o é o conflito activo entre todos. Por isso há que ser cauteloso e tentar recolher toda a informação possível antes de embarcar na aventura. Não vale a pena entrar em parnóia mas não interessa correr riscos desnecessários.
Ciudad Perdida é uma das maiores cidades pré-colombianas descoberta nas américas. Construída entre o sec. 11 o sec. 14 na parte norte da Sierra Nevada de Santa Marta, foi, provavelmente, o maior centro urbano de Tayrona. Durante a conquista, os espanhóis exterminaram os Tayrona e os vestígios desta metrópole desapareceram por entre a densa vegetação tropical. Até à sua descoberta acidental, em 1975 por
guaqueros, ladrões de tumbas pré-colombianas.
Ciudad
02. A Caminho da Ciudad Perdida
Pela selva da Sierra Nevada de Santa Marta. Assim era o caminho...quando havia! Perdida fica literalmente no meio da selva, no vale Buritaca, entre montanhas e rios, situada entre os 950 e os 1300 metros de altitude, está bastante afastada de tudo.
Sem estradas de acesso, para lá chegar é necessário caminhar pela floresta durante 3 dias. O caminho, quando existe, não é fácil. Entre pedras, troncos e lamaçais. Subidas que por vezes se tornam em escaladas e rios que com a chuva podem ser bastante traiçoeiros estamos numa viagem de sonho por entre a selva colombiana. Cada dia é sem dúvida um desafio. Nem vale a pena pensar em andar seco porque isso nunca acontece. A chuva não parou e algumas travessias do rio foram feitas com correntes fortes e água acima da cintura. No entanto o grupo é bastante forte e num bom ritmo lá vamos avançando.
Cédric (Francês), Yuri (Polaco), Phil, Amanda e Joanna (Ingleses) os guias colombianos, Beto e o filho Jhon e eu.
A serra está bem guardada por para-militares. Assim que começamos a entrar na selva a sua presença é evidente e uma constante. As regras são claras. Não lhes dirigir a palavra senão nos dirigirem a nós e, principalmente, não tirar fotografias. É de facto emocionante
03. Acampamento de Adan
1o acampamento. Alguns camponeses têm preparado um telheiro para albergarem quem passa. "dar de caras" com para-militares no caminho, nas piscinas naturais, e nos abrigos em que ficamos. Outro dos grupos com quem nos vamos encontrando assiduamente são os habitantes naturais da região. Os Kogi, uma tribo que vive nas montanhas, no meio selva da Serra Nevada. A agricultura e a criação de gado são a base da sua subsistência. Apesar de alguns já apresentarem sinais exteriores da nossa civilização, calças de ganga ou relógios, a maioria preserva ainda a cultura original. Sem sequer falar castelhano e sem nunca terem saído da selva olham-nos com curiosidade. Petronas e a sua filha foram duas das índigenas com quem nos cruzamos.
Outro dos highlights deste tour foi a visita a um "laboratório" de cocaína. Acredito que com alguma sorte o guia nos conseguiu esta visita. Por entre o meio da vegetação e por caminhos "invisíveis" fomos levados por um dos trabalhadores deste laboratório até ao lugar. Na verdade aqui prepara-se somente a base da cocaína que posteriormente é vendida aos traficantes que, em parte incerta, fazem os ajustes finais até conseguirem o pó branco que todos conheçemos. Tivemos direito a uma demontração do processo desde o início até à obtenção da dita base. Mascámos
04. Folhas de Coca
...que é o que mais há por aqui! folha de coca com bicarbonato de sódio, e ficamos a saber que soda cáustica é parte integrante deste processo funcionando como purificador de outras substâncias ácidas também utilizadas.
Os para-militares certificam-se que o produto conseguido nestas fábricas selvagens é vendido somente a clientes específicos, e patrulham a zona como garante de segurança e protecção do campesino no eventual aparecimento das guerrilhas.
Dia a dia, passo a passo, lá vamos avançando até a última travessia do rio, para lá do qual estão os cerca de 1300 degraus que sobem para Ciudad Perdida. Os degraus irregulares e molhados e o acentuado grau de inclinação tornam a subida numa aventura com alguns perigos.
Uma hora de degraus e maravilhem-se. Estamos no topo. À nossa volta só se vê selva, selva e mais selva. A vista é de cortar a respiração.
Estamos na Ciudad Perdida onde ainda é possível identificar cerca de 150 terraços de pedra - alguns ainda em muito bom estado - que serviram de fundações das casas. Tudo o que resta é o esqueleto, de pedra, do que foi a maior cidade Tayrona. Pelo vale estendem-se caminhos de pedra murados que nos levam de terraço em terraço e que nos
05. Laboratório
Aqui prepara-se a base da coca que posteriormente é vendida aos traficantes que a transformam.
levam a imaginar como seria a vida aqui à cerca de 700 anos.
Passámos aqui uma noite fria e no dia seguinte regressámos. Mais 2 dias de trekking, debaixo de chuva, pelo mesmo caminho, mas diferentes sensações.
Uma experiência que aconselho vivamente.
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Vanessa Oliveira
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Olá Salvador! Fico contente por saber que estás bem, e por ver essas imagens fantásticas dos locais por onde já passaste. Admiro-te muito pela coragem de partires assim à aventura sem saber o que irias encontrar. Acredito que quando voltares (espero que um dia voltes para ouvir as tuas histórias!) vou conhecer outro Salvador, de certeza bem mais rico depois destas experiências todas. Um beijinho grande e continuação de boas aventuras. Vanessa.