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August 25th 2005
Published: September 16th 2005
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A magia da sedimentaçãoA magia da sedimentaçãoA magia da sedimentação

Aqui e ali, surgiam estas rochas, que quase pareciam pintadas por alguém.
07h30 - Levantámo-nos e começámos a arrumar as tendas e os sacos, que teriam de ir para dentro dos Jeeps, enquanto não regressávamos da nossa expedição ao labirinto de canyons (“The Maze”).
Enquanto estava a arrumar as coisas, ouço alguém a chorar: era a Sara e eu pensei. O que faz uma miúda grandalhona a chorar baba e ranho, ainda por cima em espanhol? “Perdi a minha lente de contacto, buáá!!”. Ela tinha ido tentar pôr as lentes junto ao Jeep, para aproveitar o espelho reflector, mas veio uma rabanada de vento, que lhe atirou a lente para longe.
O desespero dela era tanto, que começámos à procura da lente… embora sem nenhuma esperança de a encontrar. Acho que seria mais fácil encontrar uma agulha num palheiro. Até que chega o Mike (o fotógrafo) e pergunta o que se passava. Olhou para o chão e diz: “Aqui está ela”. E não é que estava mesmo?? Tinha ficado colada numa rocha e isso impediu-a de ser levada pelo vento. A Sara agarrou-se ao Mike a chorar ainda mais desalmadamente, a agradecer o facto dele ter encontrado a lente.

08h30 -O Dave tratou do pequeno almoço que, para variar, era constituído por
COYOTES!!COYOTES!!COYOTES!!

Os Coyotes, no meio dos Canyons, a posarem para a foto. À minha direita, o russo Artum, à minha esquerda, o Dave, a Pia (do Equador), a espanhola Sara e a russa Svetlana. Atrás da máquina fotográfica, está o russo Sasha.
ovos mexidos, bacon e hashbrowns. Após comermos, arrumarmos tudo (cozinha, tendas e sacos) e carregarmos de novo os Jeeps com a tralha toda, pusemo-nos ao caminho. Começámos a descer para o labirinto, uns atrás dos outros, seguindo sempre o guia do Parque que seguia connosco. Um homem dos seus sessenta e tal anos, magrinho e alto, mas ágil como se tivesse a nossa idade, ao ponto de nos surpreender várias vezes durante o percurso.
O calor apertava e era preciso estar constantemente a beber água. Felizmente, tinha levado cerca de 5 litros de água comigo e esse não devia ser o problema maior. Tinha água na mochila, ligada por uma pequena mangueira, o que dava muito jeito para estas caminhadas.

10h30 -Começámos então a descer até chegarmos à parte superior dos canyons. A partir dali ia ser necessária muita ginástica e acima de tudo era preciso não escorregar!! A altura era considerável e uma queda, ou mesmo uma pequena entorse, poderiam arruinar a aventura a todos nós.
Descemos e apanhámos um bocado de sombra, dado que estávamos entre os canyons, o que soube bem para continuar a caminhada. Depois de andarmos mais umas 2 horas, pelo meio de vegetação
AcampamentoAcampamentoAcampamento

Acampámos aqui neste local, rodeados pela rochas pintadas. Simplesmente espectacular!!
rasteira e a pisar areais que atrasavam um bocado o nosso passo, chegámos a uma parede rochosa onde se podia ver vários desenhos. Tinham sido índios, há muitos anos atrás, que tinham pintado umas gravuras com uns animais e alguns bonecos com uma lança a correr atrás deles. Tínhamos atingido o nosso local de paragem: a chamada “Doll’s House”.

13h00 - Almoçámos ali mesmo, onde pudemos ficar à sombra de uma pequena árvore. Aqui, a vegetação já era mais abundante, se bem que não houvesse vestígios de água. Outrora, deveria ter corrido ali um riacho, dados os canais que estavam ainda definidos, mas agora já secos.

14h00 - Depois de almoço, iniciámos o caminho de regresso… era suposto irmos ainda até aos Jeeps para seguirmos para o próximo local onde iríamos acampar.
O regresso foi bem mais cansativo, dado que era sempre a subir. O calor era demasiado e a água começava a esgotar-se. Mas lá fomos andando, num ritmo constante, de forma a não esmorecer. Parámos só um bocado pelo caminho, numa sombra, para lanchar, mesmo antes da subida final.

17h00 - Por fim, chegámos aos Jeeps!! Estávamos estoiradíssimos, mas completamente eufóricos!! Deu um gozo tremendo chegar ao final e saber que tínhamos percorrido quase uma dezena de milhas (+/- 15 kms).
Imediatamente, entrámos nos jeeps e dirigimo-nos para o nosso novo local de acampamento. Para lá chegarmos, escalámos mais umas rochas de Jeep e andámos outra vez aos solavancos... para o caso de já termos saudades, desde a tarde toda do dia anterior. 😊

18h00 - Daí a pouco, chegávamos a uma clareira, no meio de umas rochas enormes, com cores alternadas (branco e laranja), resultado da sedimentação e da erosão. Dali podia-se ter uma vista para uma grande quantidade de canyons, que se estendiam até ao horizonte. Ficámos ali um bocado a contemplar aquela paisagem, que parecia brilhar, tal era a intensidade do Sol.
Depois, o Dave perguntou-nos se queríamos ir visitar uma estrutura construída pelo índios há muitos anos atrás. Estávamos todos rotos, mas eu decidi ir. Para trás ficou a Pia, o Sasha e o fottógrafo Mike, que iam ficar a tratar das tendas e dos acepipes para o jantar. Que grande ideia!! A gente vai passear e quando chegarmos já está tudo preparado... ehhhe

18h30 - Passámos por locais formidáveis: entre rochas enormes, onde tínhamos de passar de lado, tal era o pouco espaço entre elas; pontos altos de onde podíamos ver o rio a serpentear os canyons.. enfim, uma paisagem a que era impossível ficar indiferente. E visitámos a tal estrutura indía, que era uma espécie de celeiro, onde também se podia ver um pequeno forno. De certeza que tinha sido ali cozinhado pão ou qualquer outra coisa parecida.
Pouco depois, regressámos à base. À nossa espera estava uma mesa com vários aperitivos, que fomos petiscando, enquanto não eram horas de jantar. As tendas estavam também já todas montadas, ao que eu aproveitei para ir mudar de roupa e tomar um banho de toalhitas Dodot... ainda bem que as levei, porque já se está a ver que banho era luxo que por ali não havia.

20h00 - A seguir fui ajudar a fazer o jantar, que hoje ia dar uma valente trabalheira. Ia ser preciso pôr água a ferver, deitá-la depois dentro de uns pacotes herméticos e esperar cerca de 15 a 20 mins. E estava o jantar feito!! Comida instântanea e muito saborosa, por sinal. Comemos várias variedades: porco com legumes, vaca com legumes, peru com puré, etc, etc. Entretanto, os russos trouxeram uma garrafa de vodka para a mesa e estivemos a brindar à nossa aventura!!

21h00 - Chegou a hora da actuação dos Coyotes!! Pois é, a organização tinha-se lembrado de um coisa engraçada. Tinha disponibilizado a cada grupo uma câmera digital, com 5 mins de filme, para que se fizessem coisas engraçadas no fim de cada dia. Ora nós tivemos uma ideia brilhante: punhamos o Jeep de luzes acesas a apontar para a parede rochosa e, através de sombras, representávamos como tinha sido toda a aventura dos coyotes até agora. Foi demais!! Quem nos teve que aturar foi o Dave e o Mike, que eram quem controlava as luzes do Jeep.... e que tinham de ser tapadas a meio de cada acto.
Representámos várias situações: a andar de Jeep, a olhar para as estrelas, o episódio da lente perdida (em que eu fiz de Mike e encontrei a lente), a fazer hiking durante mais de 10 milhas!! Enfim, ficou mesmo um espectáculo... as imagens iriam ser passadas no slideshow do último dia e tinhamos a certeza que esta seria uma ideia que mais ninguém teria. 😊

00h00 - Tinhamos ficado estoirados com as voltas com que andámos para fazer o filme, mas valeu a pena!! Agora, só nos apetecia ir dormir. Ainda pensámos em jogar umas cartas... mas o cansaço prevaleceu. Caí no saco-cama e adormeci quase instantaneamente.

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