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Published: November 13th 2012
O Relógio Astronômico e a Catedral de Týn
Starometske Namesti, Praga, República TchecaEm primeiro lugar, antes que os especialistas em geografia me corrijam, eu sei que a República Tcheca fica na Europa Central, não no leste, de maneira que o título deste post estaria tecnicamente errado. Sei lá, pode ser. Minha visão de leste europeu é mais política do que geográfica, mas isso daria outra discussão, que não cabe aqui.
Retomando. Acordei perto das 13h e tomei um banho. Pegamos o bonde rumo ao centro velho de
PRAGA. O dia estava ótimo, ensolarado, mas sem aquele calor infernal que atrapalha qualquer passeio. Descemos na
Stare Miasto, a região central da cidade velha, na boca da belíssima
Starometske Namesti, a praça central da cidade velha, que reúne dois dos principais pontos turísticos da capital tcheca: o
Relógio Astronômico e a
Catedral de Nossa Senhora diante de Týn, ou Catedral de Týn, para os íntimos. A palavra "Týn" (pronuncia-se "tein") significa uma cidade fortificada, o que era muito comum na Idade Média. Seria, então, a "igreja da cidade" ou de "nossa senhora diante da cidade", uma bela igreja gótica, cujas torres chamam a atenção de qualquer um que caminhe pela cidade velha. O Relógio Astronômico é uma engenhoca muito doida, que fica na base
de uma torre medieval. De hora em hora, os sinos tocam e começa um espetáculo curioso: vários bonequinhos saem da casinha e desfilam, quase como um cuco. Eu curti!!! O povão também, tanto que a galera aplaude depois que a casinha fecha. Reza a lenda que o rei mandou arrancar os olhos do engenheiro que o fez, para que ele não reproduzisse a obra jamais. Será?
A praça é o ponto de partida de qualquer viajante em Praga e, por isso mesmo, está sempre bombando de gente. Além dos dois marcos já citados, há ainda outra igreja bacana, cujo nome não me recordo, do outro lado da praça, e a
Estátua de Jan Hus, um reformista religioso que foi queimado na fogueira, bem no centro dela. Comi um cachorro quente excelente numa barraquinha de rua. Não tem todos os acompanhamentos que costumam colocar no Brasil, mas é feito com aquelas salsichas frankfurter, que são espetaculares. Deu pra matar a fome!!!
A poucas quadras da Starometske Namesti, está o
Rio Vltava e a mais antiga e famosa de suas pontes, a
Ponte Carlos (Karluv Most), cuja construção começou em 1357. Trata-se de uma ponte para pedestres, protegida por torres
dos dois lados do rio e decorada por muitas estátuas ao longo de sua extensão. Quem conhece Praga saberá do que estou falando: é muito difícil cruzar a Ponte Carlos sem que ela esteja dominada por turistas. De todos os lugares que tínhamos visitado até então, Praga era, certamente, a cidade mais bombada de turistas. Como quase tudo na vida, isso tem seu lado bom e seu lado ruim...
Na outra margem do rio, fica o bairro de
Malá Strana, onde se destaca a
Igreja de São Nicolau, na subida que leva à entrada principal do
Castelo de Praga. Pelo que me lembro, a caminhada não passa de 15 minutos da Ponte Carlos até o pátio de entrada do castelo, de onde se tem uma vista magnífica de Praga. Acho que a foto fala mais alto que a minha descrição!!!
A entrada nas muralhas do castelo é livre. Paga-se apenas para visitar as atrações que ficam lá dentro, como a
Catedral de São Vito. Como já era fim de tarde, resolvemos apenas dar um rolê por dentro do castelo e voltar outro dia para vermos tudo com mais calma. Hoje, acho que isso foi um erro, pois acabou
nos tomando tempo que poderíamos ter usado pra conhecer mais da cidade. Paciência.
Descemos uma longa escadaria que nos levou de volta à região das margens do Rio Vltava. Passamos a procurar algum lugar pra sentarmos e tomarmos uma cerveja, apreciando o vai e vem de pessoas. Cruzamos a Ponte Carlos, que já começava a ficar mais tranquila, e voltamos para a
Starometske Namesti. Conseguimos uma mesa na parte de fora de um restaurante na praça, com o originalíssimo nome
Staromestka Restaurace. Esses restaurantes nas praças centrais são sempre mais caros, mas não pretendíamos comer, só tomar umas de leve, então estava perfeito. Parênteses: a cerveja tcheca é uma coisa de outro mundo!!! Nada comparável ao tomamos no Brasil ou ao que tínhamos bebido na Romênia ou na Hungria. É como se bebessem outra coisa. Virei fã das cervejas tchecas!!! Parênteses fechados. Enquanto bebíamos nossa breja, batendo papo, chegou um senhor americano e pediu pra se sentar conosco, já que não havia mais mesas livres. Ele se sentou e pediu o seu jantar, salvo engano um goulash, que veio acompanhado de uma bela cesta de pães. Ficamos lá batendo papo com o americano até ele pagar a conta e
Kozicka Pub
Praga, República Tcheca ir. A cesta de pães ficou e virou nosso jantar. hahahaha quanta pobreza!!!
Saímos de lá ainda de dia (realmente, anoitece muito tarde por lá!) e fomos para um pub ali perto, chamado
Kozicka. O lugar era legal, tinha uma entrada acanhada, mas era bem grandinho até, com paredes de tijolinho à vista, bem rústico, e um público o mais variado possível, mas com muitos turistas. Como tínhamos reservado o dia seguinte pra fazermos a
day trip pra Cesky Krumlov, ficamos só na cerveja e decidimos voltar pro albergue. Quando saímos, já era noite (finalmente!). Passamos pela praça central, já bem mais vazia, mas muito bonita, com a Catedral de Tyn e o Relógio Astronômico iluminados. Palmas para Praga!!!
Pegamos o bonde rumo à Boathouse. Chegando lá, ficamos um pouco assustados com a escuridão que dominava o caminho entre os trilhos do bonde e o albergue. Depois, descobrimos que aquela região era, na verdade, um campo de golfe, por isso era tão descampada e escura de noite.
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