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Published: June 16th 2010
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O processo entre a ida a um destino, a digestão sobre o que vivenciamos e a criação de um post para o blog tem levado, em média, uns 10 dias. Muita coisa muda no meio do caminho e aquele lugar que achamos mais ou menos à primeira vista às vezes acaba ganhando um destaque melhor quando colocado em perspectiva. Assim como lugares incríveis, abaixada a poeira, ganham descrições menos empolgadas. A Croácia é exceção. A mesma impressão positiva que sentimos quando deixamos o país está conosco até hoje, data em que escrevemos esse texto, quase 15 dias depois.
Algumas coisas sobre o local que provavelmente você já sabia e agora confirmamos: a costa é de uma beleza indescritível, com variados tons de azul e verde mesclados entre baías e praias de pedras de mármore; esse ex-país da Iugoslávia realmente justifica o título de "nova Grécia" ou "nova Toscana"; seu belo litoral está cheio de iates e os bares e restaurantes da moda atraem a parte européia que tem dinheiro (ou pretende mostrar que tem, não conseguimos chegar a uma conclusão); suas cidades, quase todas conservando uma cidadela antiga (Old Town ou Stari Grad) em forma de fortaleza, são uma pintura;
Dubrovnik é uma das cidades mais legais do mundo. Se você achar que o litoral croata já é tão clichê turístico (pelo menos do ponto de vista dos europeus) quanto tomar café em um bistrô parisiense, não está errado. Mas depois de uma ou duas horas de frente para o Adriático, ninguém vai se importar com isso.
E esqueça essa de que o país é inacessível para seu bolso. É sim mais caro que os vizinhos do sul por onde passamos (Macedônia, Albânia e Montenegro), mas a esperta opção dos locais em alugar parte da casa para os viajantes nos permitiu, em toda nossa estada por aqui, pagar barato para dormir e sentir um pouco mais da cultura croata. Estamos na Europa, mas com gastos menores do que se estivéssemos, por exemplo, em Maresias. Não é preciso sequer deixar a frescura de lado. As casas são lindas, bem equipadas, e sem aquele ar impessoal dos hotéis.
O esquema é bacana: você chega na rodoviária ou no porto e uma multidão já te espera com as placas de Zimmer ou Sobe (respectivamente, apê e quarto). Íamos pela intuição e escolhíamos algum que parecesse confiável e abrigasse os sete do
grupo. No geral conseguimos andares inteiros da casa, com cozinha, sacadas, banheiros e a atenção do proprietário para o que precisássemos. Foi raro pagarmos mais de 10 euros. O business é bem organizado. O filho caça os turistas na rodoviária, a mãe cuida da limpeza e o pai do registro dos viajantes na polícia.
Começamos a jornada por Dubrovnik, no extremo sul do país e não por acaso conhecida como a pérola do Adriático. Sua Stari Grad, uma fortaleza de pedra de 2.5 km de comprimento e muros de até 25 metros de altura, é considerada a mais bonita e preservada do mundo. Abriga centenas de casas, um sem número de bares, restaurantes, lojas de souvenir e algumas igrejas. E provavelmente todos os ônibus de excursão da Croácia param por ali. E isso porque ainda estamos na baixa temporada.
Os visuais do mar a partir da torre das cidades velhas são fenomenais e nos levaram a pensar se estávamos diante de um dos mais bonitos que já tínhamos visto. A conclusão foi que, talvez, seja o mais bonito. Passamos por Tailândia e Vietnã, e descontando as Ilhas Cook, no meio do Pacífico, em todos os locais você precisa
se deslocar para chegar aos picos mais bonitos. Na Croácia, a "praia" mais sem graça, no centro da cidade, tem água cristalina, daquelas de aquário, como bem definiu um dos membros da viagem. E as aspas se justificam. Como em outras tantas partes da Europa, não há areia por aqui e sim amontoados de pedras, o que ajuda a deixar a água ainda mais límpida e o que significa que qualquer encosta com saída para o mar é um convite para um mergulho. Mas, honestamente, com essa cor de água, quem precisa de areia?
Depois de uma
Bósnia no caminho, uma epopéia para atingir o mar e continuar nossa viagem pela Croácia. Era domingo e chegamos a uma cidade portuária qualquer. Não havia ônibus ou balsa para nosso destino final ou ao menos um lugar perto. Uma hora e tanto depois negociamos com dois motoristas de taxi malucos e chegamos a Orebic, uma pequena cidade de praia de casas de pedra freqüentada por poucos turistas e porta de partida para as bombadas ilhas de Korcula e Hvar, onde uma das amigas que nos acompanham (Val) comemorou seu aniversário com classe.
Ambas, mais uma vez, com litoral de tirar
qualquer buraco
tem uma praia linda o fôlego, as já citadas construções de pedra, uma Old Town, bares e restaurantes estilosos. Difícil saber qual cidade é qual na Croácia, dada suas semelhanças, mas isso não faz a menor diferença. Todas pelas quais passamos são bacanas e, o mais importante, banhadas pelo Adriático. Mas tanto em Hvar quanto em Korcula o preço de viajar fora de temporada veio: o tempo não havia se firmado e dias de sol e chuva se sucederam. Sem erro: decidimos voltar, após a Eslovênia, em julho, para fazer as praias do norte. Um mês nesse país não é nenhum exagero.
Nossa última parada na Croácia, o país das águas, foram os Plitvice Lakes. Trata-se de um conglomerado de 16 lagos de águas de verde turquesa, interligados por pequenos riachos e cachoeiras. Um ônibus te descarrega no meio do nada, você entra no parque nacional a pé e, com barcos e micrônibus incluídos no tíquete, se desloca por esses amontoados de água glacial. Não sabemos se foi por termos ido em pleno feriado, mas o local estava cheio. Nada que estragasse outra pérola nesse lugar de geografia imaculada.
Saímos apaixonados pelo país, porém mais à frente nos demos conta de suas
Croacia
Dalmatia semelhanças com a Tailândia: lindíssimos, com praias que lideram entre as mais belas do mundo, fáceis de viajar, com uma língua tenebrosa e cujo excesso de turistas leva os locais a tratar os estrangeiros com certo desdém, algo antes não visto por essas bandas. Aquele jeitão bronco, mas muito simpático, visto em Montenegro e na Macedônia já não é regra, e o "sou brasileiro" aqui não causa emoções. Ainda assim, a beleza nos fará lembrar desses países, mesmo que meses já tenham se passado (no caso do paraíso asiático), como lugares especiais e que valem a viagem. Esqueça o oba-oba, lugares badalados e preços caros para turistas. Na Croácia você faz a sua praia, mesmo que seja um amontoado de pedras na saída de uma trilha qualquer.
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Hval
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o mar mais lindo...
A transparência e as cores do mar da Croácia nunca mais vão sair da minha lembrança... e eu amei ter passado meu aniversário “classudo” num lugar lindo e com pessoas tão queridas! Adorei a frase que fecha o post...A gente fez mesmo a nossa praia em vários cantinhos!!!