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Published: April 15th 2010
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Uma pequena vila há 150 anos, Kuala Lumpur, ou KL para os íntimos, se transformou no principal centro econômico da Malásia, e um dos mais importantes do sudeste asiático. Ainda assim, e apesar do governo islâmico, que muitos podem ver como obstáculo para a tranqüilidade, é uma cidade profundamente humana. Muçulmanas com o corpo e o rosto inteiro cobertos dividem a calçada com chinesinhas de micro-saias. Ocidentais vão e vêm apressados enquanto grupos de indianos fazem suas refeições coletivas. Tudo na mais perfeita ordem. E simpatia sempre em primeiro lugar.
Com 1,7 milhões de habitantes, KL é a maior miscelânea que já vimos em um só lugar. Não só as raças e povos se misturam, como também o novo com o velho, o moderno com o ultrapassado, reservas florestais e áreas verdes com alguns dos maiores arranha-céus do mundo, dezenas de mesquitas com uns poucos templos e igrejas de outras crenças.
Dona das Torres Petronas, que com seus 452 metros e design inspirado no Islã estão entre as construções mais altas do mundo, a cidade em nada lembra suas irmãs mais ao norte. Os tuk-tuks não existem, o transporte público é limpo, barato e bem fácil de usar. Mesquitas
estão por toda parte e podem ser visitadas de graça. O único porém é que, para entrar nelas, os visitantes devem se vestir adequadamente. Isso significa que aos homens é dada uma túnica e, às mulheres, panos e mais panos para cobrir o corpo todo, inclusive a cabeça. Damas, naqueles dias, são
impuras e proibidas de entrar. Os turistas que dão um pouco mais de atenção ao que seria uma espécie de guia correm o risco de sair de lá islamizados e rebatizados, Mohamad Zacarias (Felipe) e Marian (Clarice) que o digam.
Andando em meio a modernos shopping centers, a lembrança de que estamos numa cidade muçulmana vem quando, no final da tarde, alto-falantes vindos das mesquitas chamam os seguidores para a oração em alto e bom tom. Esquecemos poucas horas depois, quando atingimos o cume de Genting Highlands, um centro de diversão para adultos e crianças que engloba cassino, hotel, parque de diversão, teleférico e outras atrações do tipo. A 50 km de KL, o local fica no topo de uma cadeia de montanhas que circunda a cidade. Fomos até lá de carro, trazidos por uma malaia, Wei Ching, amiga da Nova Zelândia. O ambiente é completamente diferente
da capital. Frio e com neblina em toda parte, o centro de diversão é altamente popular entre os locais e é a chance que eles têm de tirar os agasalhos do armário, já que a temperatura em Kuala Lumpur nunca fica abaixo dos 25 °C.
Passamos dois dias tão intensos em KL que pareceram dez. A cidade é vibrante, multicultural e convidativa. Ficou um gostinho de quero mais, que certamente virá em alguns anos, já que tivemos que cortar o Borneo da viagem, depois de passarmos mais tempo do que o esperado no Vietnã. Valeu a pena, mas as praias paradisíacas que ficaram pra trás exigirão uma nova vista à Malásia em breve...
Cingapura Enquanto todas as cidades que visitamos até KL nos lembravam uma Av. Celso Garcia mais lotada, suja e barulhenta, Cingapura fez com que nos sentíssemos caminhando num mix de Rebouças com Faria Lima, Avenida Brasil com 9 de Julho. Tudo é ostentação; e compras. Lojas de marcas caríssimas estão em toda parte, shopping centers gigantescos e ultramodernos dominam o ambiente. E tudo é proibido, exceto comprar. Tentamos descansar numa escada e não precisou de dois minutos para uma guarda vir nos tirar de
lá. Se quiséssemos relaxar que fôssemos para um dos cafés ou restaurantes ao redor. Assim como comer, fumar, andar de bicicleta, atravessar a rua, tudo tem o seu lugar certo. E descumprir a regra traz pesadas multas. O coitado que comer jaca no metrô, por exemplo, tem que pagar 500 dólares locais.
A imagem de organização e perfeição vendida por praticamente todo mundo acaba se transformando em opressão. Grandes prédios e um shopping center a cada estação de metrô encobrem as áreas verdes ainda restantes, e dada a grande densidade populacional, caminhar não é das atividades mais agradáveis por aqui.
Na real, para quem está interessado em comprar eletrônicos, roupas e outros a preços relativamente acessíveis, Cingapura é o lugar. Mas como esse não é, nem de longe, o mote da nossa viagem, ficamos um pouco frustrados de ficar três dias presos por lá - nosso vôo para fora da Ásia saia da cidade-estado e já tínhamos passado por todos os lugares previstos e estudados. Cingapura é um grande condomínio fechado na Ásia, com chineses, indianos e expatriados em uma mistura que na realidade não dá liga. Uma tentativa de criar algo parecido com Primeiro Mundo, que até
Corinthians na vitrine
da Nike no principal shopping de KL deu certo levando em conta a organização e segurança, mas que peca ao tentar aplicar um ambiente ocidental para quem não está acostumado com isso.
Valeu pela visita ao Zoológico, localizado no meio de uma reserva florestal. Com cerca de 315 diferentes espécies, sendo mais ou menos 16% animais ameaçados de extinção, o lugar segue o conceito de "zôo aberto", onde os bichos ficam em enormes espaços, separados dos visitantes por pequenas paredes e canais, e em alguns locais chegam a andar no meio do público.
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Gre
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ADOREI!!!
Os seus novos nomes islamizados...hahahahah Puxa vida, pra variar, cada história, cultura e fotos fantásticas... Obrigada por nos deixar participar! Beijos e saudades! =-D