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Published: April 9th 2010
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Às oito da noite batem na porta. Era a mocinha do hotel e um amigo do Exército. Mas ao invés da baioneta, uma malinha com estetoscópio, soro e antibióticos. Já tínhamos lido no Lonely Planet que mais de 50% dos viajantes à Ásia sofrem algum sintoma como febre, diarréia, desidratação ou anemia em algum momento dentro da jornada. Bom, dois meses na estrada depois, chegou nossa vez. E em grande estilo.
Voltando dois dias no tempo. Pegamos um vôo curto de Saigon com destino a Phu Quoc Island, nossa última parada no Vietnã e um lugar que todo mundo diz que é pra tirar férias das suas férias. Localizada no Golfo da Tailândia, Phu Quoc é exatamente isso e mais um pouco: é como se fosse uma da ilhas do país vizinho há 20 anos, sem mega-resorts, sem barulho, sem turistas. Água cristalina, um sossego. Planejamos ficar logo quatro dias, dar uma reabastecida na energia antes de acabar a Ásia e pular para a parte européia da trip. Não fizemos nada mais que sair da areia para a água e ir de moto por uma estrada de terra com um visual lindo para outra praia ainda mais bonita.
Até
que caímos em tentação. Bem ao estilo tailandês, os restaurantes armam suas churrasqueiras na areia e te oferecem peixes lindos e outros frutos do mar a preço de banana. Escolhemos o nosso e mandamos ver. Tínhamos encarado um ou outro peixe antes, mas como viajamos sem vacinas (longa história...), tentamos evitar alguns tipos de comida ao máximo. A noite foi tranqüila e o dia seguinte idem. De noite, começa a saga. Felipe senta na mesa e olha o mar. Clarice desaparece para ser encontrada momentos depois vomitando como o Exorcista (depois de tomar chá, saía um líquido verde que parecia do Exorcista mesmo). Eliminava tanta água que a dúvida era se era uma pessoa ou uma esponja, tamanha a quantidade de suor que também escorria pelo rosto. Sentada à beira da entrada do restaurante, Felipe ao lado, pés de ambos vomitados, era a atração de quem passava de volta aos quartos.
A noite foi tensa, com tempestade e a luz dos trovões dando um aspecto de fim da linha na nossa jornada. O dia seguinte uma tentativa vã de se restabelecer. Mas foi anoitecendo e a temperatura subindo: a externa para lá dos 30 graus, a do quarto uns
35, a do termômetro, dessa vez de ambos, passando da casa dos 38. Os outros sintomas eram náusea, dor de estômago, sensação de falência múltipla dos órgãos. E nós em Phu Quoc, no cú do Judas do Vietnã, pensando na logística do transporte internacional de cadáveres, em como nossas famílias seriam avisadas, em como o destino quis que passássemos dessa para uma melhor em pleno paraíso tropical.
Às oito da noite batem na porta. Era a mocinha do hotel e um amigo do Exército. Médico experiente, já mandou soro nas veias da Clarice e outros tantos remédios em nossas goelas abaixo. A história acaba uns sete dias depois, debaixo de 38 graus, sensação térmica de 45 e umidade relativa do ar menor do que 30%, com outro médico, uma conta em dólares salgada, e o fim da intoxicação alimentar. Fica o aprendizado: peixe, daqui para frente, só em visita a aquários...
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Flávia
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o dó...
E laiá, aprontando em terras asiáticas! ;-) Não acredito que vcs pegaram intoxicação alimentar. Mas é mto comum em viagens, né?! Como diz meu digníssimo, sea-food é cocô-do-mar (vcs sabiam q ele virou vegetariano? rs...) Bom saber que pelo menos vcs estão melhores e dando continuidade à viagem. By the way, as fotos de Phu Quoc estão muito lindas! beijooos, take care!