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Published: January 9th 2013
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Haad Yao Beach
Koh Phagnan Island Deve existir alguma razão para um viajante voltar uma segunda vez para um destino longínquo. No caso da Tailândia, alguns fatores pesaram em nossa decisão. Uma breve introdução. Inicialmente, essas cinco semanas fora do Brasil seriam dedicadas ao Corinthians e sua excursão pelo Japão. Pesando prós e contras, decidimos não acompanhar o time na terra do sol nascente porque seria uma viagem muito cara, em pleno inverno, e por um país que ainda não temos tanta curiosidade de conhecer. Mas nessa de pesquisar preços e passagens e a tortura aérea que um deslocamento para a Ásia implicaria, decidimos relaxar quanto à distância e apostar em um segundo roteiro pelo sudeste asiático que contemplasse lugares não visitados na trip pelo mundo de 2010.
A escolha dos destinos não foi assim tão simples. Havíamos coberto boa parte da península e o deslocamento por países como Filipinas e Indonésia, basicamente formados por ilhas, demandaria muito mais tempo do que possuíamos. Sem contar que são destinos que, sozinhos, mereceriam dois meses cada um. A solução foi fazer uma espécie de
must see de locais que realmente tínhamos vontade de conhecer. Precisávamos chegar ao continente por algum ponto e buscamos um lugar bacana, de preferência
por-do-sol
Haad Yao, Koh Phagnan na praia, onde houvesse um Reveillon divertido. A Tailândia surgiu como opção óbvia após nosso pit stop no Oriente Médio.
A saída de Dubai, aliás, merece uma menção. Apesar dos seguidos puxões de orelha da não-tão-cara-de-pau-Clarice, Felipe manteve nessa viagem sua saga de sempre tentar um upgrade em voos por todos os aeroportos que passamos. Falhou sistematicamente por dez anos, não importando a razão apresentada - já disse que estava doente, que tinha claustrofobia com assentos apertados, que sua esposa estava grávida e que estávamos em lua de mel e não poderíamos viajar na econômica. Dessa vez, viajando do dia 24 para 25 de dezembro, fugiu de meias-verdades, apostou no óbvio e pediu um upgrade de Natal. O simpático atendente sorriu e continuou sua digitação. Quando recebemos o bilhete de volta, após vê-lo rasgar nossos cartões originais, demos uma bronca no coitado porque achamos que ele havia mudado nossos assentos para piores lugares (como já aconteceu outras vezes). Demorou um minuto para a ficha cair e percebermos que havíamos sido colocados na business class, o que na Emirates significa uma cama (sim, uma cama) com massageador, champagne, menu com diversas opções e uma
necessarie da Bvlgari. Pena que o
voo durava apenas sete horas....
Bangkok continua a mesma. Trânsito maluco, locais e tuk-tuks se acotovelando pelas ruas e calçadas, ótima (e baratíssima) comida de rua por toda parte, templos geniais e muitos, muitos viajantes. A maioria das barracas de ruas turísticas como a Soi Rambuttri e a Khao San Road continua vendendo a famosa (para todos aqueles que um dia já pisaram no país) camiseta com a frase "Same, Same, But Different", expressão usada por um viajante para explicar a Tailândia para um colega décadas atrás (tem todos os confortos que um ocidental está acostumado, mas com temperos exóticos), hoje totalmente incorporada e repetida pelos locais. De certa forma, a frase reflete como nos sentimos por aqui pela segunda vez.
Em 2010, a Tailândia, nossa porta de entrada não apenas para a Ásia, mas para toda a viagem, nos marcou pela beleza dos templos, excelente cozinha e praias de cair o queixo. Tudo isso continua existindo, mas o entorno está um tanto diferente. A própria Khao San Road e suas milhares de barracas, camelôs, pousadas e restaurantes, que davam um clima de centro mundial dos mochileiros, foi substituída por um barulho infernal de caixas de som que
tentam disputar qual é a mais ensurdecedora, com milhares de turistas disputando quem consegue beber mais e ser mais estúpido - fora que o local foi tomado pelos
ladyboys, os meninos-menina tailandeses que estão apenas atrás de um troco fácil.
Turistas estúpidos, aliás, não faltaram. No caminho para a ilha de Ko Phangnan, onde passamos a virada, vimos gente não apenas jogando salgadinho no mar, como atirando as próprias embalagens e bitucas de cigarro propositalmente apenas para diversão dos amigos igualmente infelizes (todos já bem além da adolescência) e para provocar uma outra turista, que indignada, fez questão de "indicar" onde ficava a lata do lixo ao lado. Na ilha, que continua lindíssima, algumas das praias que adoramos da outra vez estavam em situação bem precária, com lixo espalhado pelos cantos, tornando até difícil encontrar um lugar mais tranquilo para sentar e contemplar o mar.
Resolvemos relativizar. Afinal, estávamos no pico da alta temporada (Ano Novo) e basicamente qualquer praia bonita do mundo fica lotada de gente. De qualquer maneira, do ano que visitamos, 2010, até agora, o número anual de turistas na Tailândia passou de 14 milhões para 21 milhões, com pacotes baratos saindo diretamente de qualquer
Ano Novo
A pequena Lucky, de 4 anos, também quis mostrar sua habilidade com fogo... canto da Europa que você possa imaginar.
Colocando tudo isso no pacote, é claro que nos divertimos, e muito. Em Bangkok, além de conhecermos mais templos e outros pontos bacanas da cidade, reencontramos um casal de bons amigos da NZ que acabaram de casar e moram por aqui há alguns anos (o francês Philippe e a filipina Jana). Fomos apresentados por eles a um lado da cidade que não conhecíamos e que parece muito com São Paulo: a região dos shoppings, dos restaurantes caros, dos prédios altos e dos negócios, onde mora a maioria dos estrangeiros que está no pais a trabalho.
Na sequência, passamos seis ótimos dias na praia caminhando 12 passos da pousada até o mar e vimos aquele pôr-do-sol que só Ko Phangnan - e a nossa praia preferida na ilha, Haad Yao - consegue proporcionar. A festa de Reveillon também foi bacana. Algo em torno de 30 mil pessoas se deslocaram para a praia de Haad Rin para a edição da virada da famosa Full Moon Party. Uma balada regada à musica eletrônica, bebida no baldinho de praia e drogas que acontece há quase 20 anos e que teve sua origem em uma festa
de despedida que o dono de uma pousada ofereceu para um hóspede. De caráter exclusivo, a festa se transformou em um evento de viajantes e hoje atrai uma molecada de 20 e tantos que já esta caindo de bêbada às 23h, além de alguns curiosos como nós e uma ou outra família de europeus com crianças a tiracolo. A bebida é boa e barata, os fogos de artifício não ficam atrás dos brasileiros, um letreiro de fogo deseja um bom ano a todos e dá para dar umas boas risadas. No primeiro dia do ano, acordamos pouco depois das 9h e tivemos a praia, com a água verdinha, só para nós por algumas boas horas... Feliz 2013!
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Julio
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Eu ia perguntar isso...
Se não era a época do ano que mudou! Acho que realmente tem que relevar, ano novo em praia famosa é sempre uma muvuca rsrs...as fotos estão cada vez melhores! Lindas e inusitadas como a do cachorro no balde de gelo, a da transliteração da frase em tailandês e as dos escoteiros :-)